terça-feira, 4 de outubro de 2011

Re-tomar a vida

Depois de um longo inverno, com a chegada da Primavera é preciso retomar a vida, ou sendo mais específico, retomar às atividades desse blog. Tal como um porto seguro que sempre existiu e que, por vezes, esqueci-me, esse é meu espaço principal, independente de público ou não. É onde pratico a minha escrita e onde cabe tudo. Tudo que eu quiser, até esse desabafo frustrado, de alguém que luta para escapar do fundo do poço. Aliás, sempre nessa condição. Sou o melhor personagem que criei e como todos eles, sou único e carrego marcas de todos. Simples e complexo. Lembrei-me de Lulu Santos e 'quero tomar o mundo feito Coca-Cola', metáfora 80's, porém pertinente. Sem conteúdo, forma ou tema esse texto segue o caminho incerto das palavras que me vem a mente, quse uma psicografia. Uma fuga de um pesadelo cruel. Nesse tempo que passou eu entendi a imparmanência da vida, somos tão efêmeros que amanhã eu não entenderei nada disso tudo. apenas, com meus muitos passarinhos, eu assito a vida como quem segue capítulos de uma novela. Faltava participar e comungar dessa imensidão. Preciso escrever e tenho essa obrigação para comigo, para com vocês, para com Deus. Enquanto houver palavras eu as escreverei, enquanto houver sopro de vida, resistirei, enquanto houver sonho, viverei-os intensamente.Um dia, pode tudo não mais existir. Mas e eu? E as palavras? Ditas, escritas, não ditas e nem pensadas? Elas estarão lá, em alguma memória RAM perdida enquanto nem existiremos. Esse é o nosso legado chego a conclusão e quanto mais acho que sei, mais dúvidas aparecem e, como num jogo de casas, eu volto casas e sempre estou no início. O fim nunca chega e nem quero. O que me interessa é o trajeto, o ballet dos corpos e as respostas que não existem.

sábado, 14 de maio de 2011

"PARA QUE SERVEM OS ROMANCES?"

“Para que servem os romances?” é um romance, em forma de blog, fazendo desse veículo, o cenário para a vida de Gustavo Anfíon, escritor e alter ego de Tiago Mentor. Todo escrito em primeira pessoa, como na verdade são todos os blogs, a obra é dividida em três partes, cada qual com quatro capítulos: Rejeição Dolorosa, Recuperação Gozosa e Redenção Gloriosa, remetendo aos mistérios do Rosário em uma repetição constante da mesma ladainha amorosa. O endereço do blog é http://www.paraqueservemosromances.blogspot.com .

Utilizando a estrutura clássica das obras literárias, o romance dialoga com a modernidade, através de uma linguagem rápida, com imagens e sons que são próprios da Internet mesclando dor de cotovelo, mitologia e espiritismo.

A escolha pela publicação, nesse formato, está relacionada ao momento em que vivemos, com a tecnologia avançando cada vez mais, dialogando com a língua, viva, em constante evolução e refletindo nossos próprios atos. Cada vez mais carregamos para cama laptops, netbooks e I-pads ao invés de livros. Estamos 24 horas por dia, conectados em uma rede infinita de dados e a criação artística dependem dessa ligação, wireless e virtual. Por ser gratuita, é democrática e não há obrigações e nem deveres com os novos leitores. Em breve, o livro poderá ser adquirido, em formato de e-book no site Amazon.com.

Há, também, uma preocupação ecológica, já que livros consomem árvores e muitas vezes, ficam esquecidos ou nem são lidos, ficando guardados para sempre. Para que, em tempos de aquecimento global e catástrofes vamos sacrificar mais árvores? A mensagem, com a revolução tecnológica, é atingida mais rapidamente e assim caminha nova arte. E ainda a obra é ‘carbon free’, com plantio de uma árvore para cada capítulo escrito para neutralização do carbono produzido.

A velocidade da Internet e o nosso imediatismo são a inspiração para essa história de perdas, vingança e uma busca desenfreada por amor e afeto. Imediatistas que somos, amamos perdidamente alguém que acabamos de conhecer e nos perdemos nessas infinitas redes sociais que dão voz a um personagem comum, em busca de autoconhecimento, com descobertas, lutas, quedas e redenção, como um Parsifal pós-moderno em busca do Graal, sentido mais profundo da vida.

“Para que servem os romances?” é o primeiro romance de Tiago Mentor, que cursou Letras e Artes Plásticas, além de escrever para diversas mídias (revistas, sites e blogs) e tendo atuado por mais de 15 anos no teatro, sendo autor de 11 peças, algumas inéditas. A internet é um território bem próximo do autor que lançou, anos atrás, diversos vídeos pela rede, como o curta “Quem mexeu no meu Orkut?” (2008 e direção de Carol Thomé), a minissérie “Não ponha o dedo onde não deve” (2009 e direção de Durval Telles e a sua própria trilogia de curtas, lançada em 2008: “Amador”, “Mortal” e “Sexífero”. Todos esses vídeos encontram-se no Youtube e outros sites de compartilhamento de vídeos.

Pela estrada, outra vez...










Num céu azul de poucas nuvens,

Feito rojão, eu corto estradas

Atravessando caminhos por entre laranjeiras carregadas

Sentindo o doce vento de uma manhã

Gostosa de outono, bem rara.

Sou passageiro e espectador

De uma viagem rumo ao meu eu mais lírico.

Assim sou eu, livre.

A 100 por hora

No entanto, prestando atenção a paisagem

Tenho olhos abertos e deixo cana para trás

Passo caminhões.

Todos passarão mesmo.

Mas e os passarinhos?

Eu jogo, então, palavras ao vento, mas

‘Words don’t come easily like sorry, like forgive me’,

Como na música de Tracy Chapman

Peço perdão a tudo e a todos

Despedindo-me, mais uma vez.

Mas sigo, enfrente, no meu caminho.

Meu Éden

Sempre gostei de plantas. Elas reproduzem o ciclo da vida em um curto espaço de tempo, ou não. São ligadas à Mãe Terra, férteis e exuberantes, cada qual à sua maneira. Minha vida verde começou bem cedo, com feijões plantados em copinhos de danoninho e foram evoluindo para um conhecimento mais profundo das espécies e tipos diferentes. Ervas, que perfumam e enriquecem o alimento, purificam o ambiente e o astral, alecrins, sálvias, tomilhos... Criei muitos jardins também, que como o Éden, representavam meu paraíso e era para onde transportava a minha alma. Deixei muitos jardins para trás como quem deixa um filho. Guardei em fotos e lembranças. Tenho um ipê amarelo que acompanhei todo seu crescimento, aliás, crescemos juntos, mas sou da família dos carvalhos, um símbolo da presença de Deus, consagrada à Mãe Terra e a Júpiter. Forte como o carvalho, mas com um tronco que facilmente parte-se no meio. Particularmente, sou fã das flores, pequenas criações artísticas da natureza que representam beleza e vida nova. Mitológicas, tem trágicas histórias de amor por trás e significados demais para o entendimento. Gosto de todas, pelas cores, perfumes e charme. E como nos mitos, se eu morrer gostaria de virar flor. Podem fazer piadinha, à vontade, mas como flor, eu termino esse texto.

#DELETANDO PESSOAS#

Arrumando a minha mudança, separando o que vai continuar comigo e o que vai virar pretérito, eu pensei em coisas. Com as roupas foi fácil, por mais incrível que pareça. Como a moda muda sempre, apesar de ser cíclica, quem passou da época, fica. Mas, e os quadros? E os objetos? Tantas histórias... Nessas horas dá um aperto e é a hora de praticar o tão desejado desapego. O material já não me importa mais, não nessa altura do campeonato. Meu maior sonho depende de dinheiro, mas não só dele. E muito menos minha vida. Se eu não tivesse praticado o desapego, já viu?

Mas e quanto às pessoas? Pessoas também devem ser descartadas ou recicladas, se for o caso. No alto dos meus 33 anos, já que não fui crucificado, não sabendo ainda o que eu quero da vida, sei exatamente o que não quero. E melhor, quem eu não quero. Por mais que eu queira viver segundo as Leis do Bem, não sou obrigado a conviver com pessoas que nada mais me acrescentam. Só me ensinam o que é viver na mediocridade. Cansei de pessoas VAZIAS que não pensam em nada. Cansei das pessoas AMARGAS, que por culpa de seus erros acreditam a vida não seja nada. E cansei das pessoas ESTÚPIDAS que pensam que são tudo. Espiritualmente e culturalmente, me interessam as pessoas de bem com a vida, que sofrem, mas riem das suas mazelas e que acima de tudo, são sinceras.

E por pior que essas pessoas sejam, não as odeio. Muito pelo contrário, oro pela felicidade das mesmas, mas não as quero perto de mim. Quero que sejam felizes, mas longe. Bem longe. Que seus maus hábitos e sua falta de educação não estraguem mais meus dias. Dias de labuta, dias felizes, porque, apesar de tudo, sou feliz. Faço o que quero e jamais me arrependo de nada. Nem dessa ‘limpa’ que estou fazendo. Não quero viver com culpa e vou aonde o vento me leva. E agora carrego comigo só o que importa. E quem importa.

terça-feira, 10 de maio de 2011

POEMINHA DO CONTRA


"Todos estes que aí estão

Atravancando o meu caminho,

Eles passarão.

Eu passarinho!"

Mario Quintana


#xocobraiada

A vida sem três letras

Meu teclado deu pau. Do nada, de repente, sem nenhuma razão. Sumiram três letras: 'c', 'd' e 'e'. Era impossível postar qualquer coisa no facebook, no Word ou onde quer que seja. Em pânico, eu copiava e colava as letras para tentar organizar o pensamento e meia hora depois joguei o teclado contra a parede. Só para vê-lo espatifar-se no chão, adoro essas cenas dramáticas. Sem teclado, tive que correr atrás de outro para sobreviver nessa selva de letras da Internet. Temos 26 letras e a falta de apenas três comprometeu a minha liberdade de expressão e me deixou de mãos atadas. Fiquei pensando nisso, em décadas de ditaduras, e depois em uma 'falsa liberdade virtual' onde achamos que podemos tudo mas a falta de três bobas letras nos dá um nó na cabeça. Calei-me por um dia. Dois, para ser exato. Odiei. E pensei de novo: nada é mais importante que a liberdade seja física ou de expressão. A falta das benditas letras levou-me à loucura, outra vez. Como assim? Simples assim. Nessa complicada e sonora língua portuguesa uma mísera letra já faz falta. Na vida acontece assim também. Não pode faltar o 'c' de coragem, nem o 'e' de esperança e nem o 'd' de determinação. Não pode faltar letra nenhuma, nessa língua doida que não parece como nenhuma outra, mas é a nossa língua, nossa herança ancestral maldita ou bendita, mas nossa, cheia de aõ, ões e ães. E só para desafogar: eeeeeeeeeddddddddccccccccc....

BRUSCA MUDANÇA

Tenho mudado muito nos últimos anos. Foram até agora 4 casas diferentes e já estou indo para a próxima. E sinceramente, não tenho o menor saco para poupar dinheiro ou financiar algo em 20 anos (será que o Mundo ainda vai existir daqui 20 anos?). E como ainda não tenho cacife para construir A Casa, continuarei alguns anos no aluguel. Odeio o ritual da mudança: encaixotar, carregar, descarregar, desencaixotar, aff! Mas adoro mudar de casa. E agora vem a mudança mais brusca: tenho cinco dias para separar tudo e tenho que reduzir minha vida muito. A minha biblioteca de mais de 30 anos de vida, que já foi reduzida tanto nessas tantas mudanças, vai ficar mais enxuta. Decidi levar 10 livros, uma tarefa nada fácil. Vou levar os dicionários mitológicos, de símbolos e o folclórico, tenho certeza. Também vou levar a Bíblia e o Evangelho segundo o Espiritismo. Já são 5 livros e começo a deseperar-me, por que ainda faltam os DVDs, CDs, as roupas. Não quero mais telefone fixo, aliás nada fixo. Quero ser livre como uma tartaruga que carrega a vida nas costas e as experiências na mente, mas está bem difícil, escolher o que levar. Tenho direito a meio porta-malas e vou ter que escolher muito bem. Meu tarô, um Ganesha que acabei de ganhar e veio da Índia, meus documentos, Meu Deus, tanta coisa!!! Preciso parar de escrever e começar a arrumar as coisas. O que é realmente essencial? E para vocês????

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pausa

Meu teclado deu pau... copiando e colando letras 'e' 'c' 'd' NINGUÉM MEREcE!!!!
omo vivr sm ssas tr^s ltras?
Mu us o ú?
u para ntnr alguma oisa?
NINGUÉM MEREcE......
Par at´qu stou srvno m outro iioma.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

BREAKING NEWS

A quem possa interessar, esse blog tira 4 dias de folga, mas pode voltar a qualquer momento!

MORDE & ASSOPRA

Primeiro os americanos vibram. Agora, Mr. Obama proíbe as imagens. O velho ditado do 'quem tem cú tem medo' aí gente. Uma semana mais desse assunto gerando raiva, ódio no coração dos homens. Passou a não violência, passou o Paz&Amor, caíram muros segregadores, caíram ditadores, mas o mundo continua na mesma lenga lenga. Sem ser mais panfletário e chato do que venho sendo nesse blog, cansei desse jogo de gato e rato dos que se acham acima do bem e do mal. O comunismo faliu, a Monarquia aparece, mas logo vira piada, o Capitalismo vai mal das pernas e ninguém traz conforto para ninguém. Conforto para o espírito, aquelas poucas gramas que importam mais que essa parafernália toda. Ok, se não fosse, não estaria aqui. E exatamente por causa dessa overdose de informações eu vou me permitir parar um pouco. Enquanto o mundo continua se degladiando eu vou estar offline. Sem telefones. Sem televisão. sem internet. Vou-me embora para Pasárgada, lá sou amigo do Rei. E lá, até domingo, entre araucárias e hortênsias eu vou contemplar a vida e o momento presente. Vou escutar meu coração, respirar outros ares e ficar em silêncio, orando pelo futuro do mundo, veja só a minha pretensão. Mas se chegamos até aqui porque não seguir adiante, com fé pedindo para que a paz se estenda sobre todos nós.

P.S.: Novidades na semana que vem com o lançamento do meu primeiro romance virtual "Para que servem os romances?".


"Não te esqueças. O serviço é de todos. Uns plantam, outros adubam. Vive contente no setor de trabalho confiado às tuas mãos ou à tua inteligência e serve, sem pretensões, porque o homem prepara a terra e organiza a semeadura, mas é Deus quem põe as flores nas frondes e concede os frutos, segundo o merecimento". Emmanuel

Mãe, minha eterna saudade...


Enquanto a maioria pensa no que dar para a mãe nesse domingo, eu, que não a tenho mais junto de mim, só posso presenteá-la com homenagens e tudo que ela me ensinou. Esse mês faz cinco anos que ela partiu deixando mais do que saudade. Saudade de ouvir sua pulseira balançando avisando da sua chegada. Lembro do seu rosto, seu cheiro, seus últimom momentos, mas começo a esquecer-me da voz, do riso e de tanta coisa que vivemos juntos.
Choro, mas não quero chorar. sei que ela está bem por tudo que fez em vida, por mim e pelo próximo. Agradeço a Deus pelos 28 anos que vivemos juntos nessa encarnação e nas outras. Fomos amigos, amantes, irmãos. Choramos e rimos juntos e continuamos ligados por um cordão umbilical imaginário. Ela me ensinou tudo: a ser exigente, caridoso, digno e cristão, no sentido mais puro da palavra. Não posso mais presenteá-la, nem abraçá-la e se eu encontrasse o gênio da lâmpada, um dos pediso seria passar mais um dia coim ela. Pelo menos um.
À você que tem mãe não esqueça dela nesse domingo. Se estiverem brigados, façam as pazes. Curta sua mãe, sem pressa, afinal, ela demorou nove meses para te gerar e mais anos cuidando de você. No fundo, elas não querem presente algum, só a nossa presença, mesmo que por alguns minutos. Dê um abraço apertado nelas por mim e digam o quanto essas mulheres são importantes, antes que seja tarde. Mas a grande verdade é que só vamos entender nossas mães quando tivermos nossos próprios filhos ou elas partirem. Não espere por isso. Sua mãe não pede nada, só você. Seja seu presente no dia dele e em todos os seus dias. Se não fosse por sua dedicação e renúncia da própria vida para gerar outra, você não estaria aqui, agora. Mães, Feliz dia! Obrigado por tudo e até qualquer dia, querida!
Vivas as mães, encarnadas e desencarnadas. Viva os pais que são verdadeiras mães. E viva as nossas mães que zelam por nós sempre.

Apenas mais uma crise

Arrumando as malas para viajar, tive uma crise de ansiedade aguda. O coração disparou, faltou ar, delou a barriga, deu tontura. Estava tão feliz que não conseguia entender aquele pânico todo. Tentei ioga, mas estava nervoso demais. Tentei meditação, mas estava difícil controlar-me. Fiz o quê? O que vem me acalmando nos últimos meses: escrever. Não sem antes o Rivotril sublingual, ah esses ansiolíticos milagrosos.
Comecei a pensar em ansiedade e pânico, males do nosso milênio, e meus eternos companheiros. Quem me conhece sabe exatamente o que é que estou falando. Sou ansioso em praticamente tudo, descer logo do avião, sair do cinema, até para tomar passe. A origem da palavra ansiedade tem várias raízes: angos (latim), angst (alemão) e ankh (no egípcio antigo), que parece ser o primeiro ar que respiramos ao nascer, ou seja, respiração, ou a falta dela. Já o pânico, deriva de Pã, deus dos campos e pastores, que tem pernas e chifres de bode e era uma figura bem agitada, como eu, que habitava as florestas escuras. Quando os homens prtecisavam atravessas as matas eram tomados por pavores súbitos, sem uma causa aparente, o tal pânico. Era só ouvir o som da flauta para que os mortais petrificam-se de medo.
A ansiedade está relacionada com situações que antecedem o perigo ou o desconhecido. Estou feliz com a viagem, mas tenso pois ela pode mudar os rumos da minha vida. Por isso esse pânico de novo. Dizem que existe uma 'ansiedade vital', que nada mais é que uma força geradora das mudanças. No entanto, mudar é preciso, sempre.
O nosso problema, e meu principalmente,é pensar demais no futuro e nas coisas que podem acontecer. Ou não. esqueço que preciso respirar fundo antes de mergulhar onde quer que seja. depois de mais meio clonazepan, respirando pelo nariz, eu consigo acalmar-me para terminar esse texto, já com outros olhos. E ouvindo a flauta de Pã, eu não me assusto e lembro de focar-me no presente, sem medo, fazendo uma coisa de cada vez. Cada dia é um novo dia. Crises sempre existirão. Mas o que tiver que ser, será.

terça-feira, 3 de maio de 2011

M.V.:Mudando de Vida!

Depois de falar de assuntos sérios, é hora de refrescar as ideias e nada melhor para recarregar as energias que uma boa viagem. Com a chegada das estações mais charmosas do ano, outono/inverno, a pedida é subir a serra e curtir o frio e a natureza. Temos vários destinos de inverno no Brasil: Petrópolis, Gramado, Campos do Jordão, Penedo, só que o meu preferido é Monte Verde, vilarejo situado no Sul de MG que mistura o charme da colonização alpina com o rústico dos interiores mineiros. Sou suspeito para falar de MV, morei lá por dois anos e estarei de volta em poucos dias. Resumindo, o lugar é perfeito e se você estiver acompanhado, melhor.
Na alta temporada podemos apreciar o Festival Gastronômico, o Festival de Inverno, além de saborear o fruto típico da região, o pinhão, puro ou em receitas elaboradas. Frutos das araucárias eles explodem no outono e faz a festa da vila. Na gastronomia, além da culinária mineira e alemã, mas as trutas são o carro chefe, sem dúvida. Impossível visitar Monte Verde e não provar essas delícias, além dos doces, das cachaças artesanais. A maior parte dos restaurantes e comércios fica na Avenida Monte Verde, a principal, onde a ordem é comprar, contratar passeios de jipe, quadriciclo e moto ou somente passear.
Monte Verde fica na Serra da Mantiqueira e todo esse paraíso rodeia as muitas atividades: caminhadas, subidas às pedras e escaladas, ou um simples passeio a cavalo. A Pedra Redonda é uma das mais procuradas, assim como o Platô, que exigem esforço médio mas compensam cada minuto. Vale muito a pena.
Existem hoteís e pousadas para todos os bolsose a melhor dica é consultar a Associação de Hotéis e Pousadas de Monte Verde (www.ahpmv.com.br) para tirar todas as dúvidas e preparar-se para a viagem.

Foto do Prato do Villa Donna, participante do Festival de Gastronomia 2011

Como dica não pode deixar de recomendar o Restaurante Villa Donna (www.villadonna.com.br), um bistrô simpático que é um charme e tem um cardápio requintado e todo caprichado. Para quem gosta de comida italiana, a pedida é o novíssimo Portale di Napoli (http://www.portaledinapoli.com.br), um arraso! Tem ainda a Patinação no Gelo, a Mega Tirolesa (http://www.fazendaradical.com.br/home), a galeria de arte de Paula Unger( http://www.monteverdemg.com.br/vm-unger.htm) e a moderna loja MoMA+Glass (http://momaglass.blogspot.com) .Monte Verde é um sossego só e não vejo a hora de chegar. Já estou com as malas prontas e dizem os amigos que a temperatura para as próximas madrugadas é de três graus. Uma delícia!

FOTOS: Robin Glass e AHPMV

Maiores informações:

MONTE VERDE: É para lá que eu vou...









Imagens: arquivo pessoal e essas duas,a o lado, by Robin Glass!

CONTENTAR-SE?

"Não digo isso como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho".
Paulo (Filipenses, 4:11)

Dizem que nos contentar com a vida, que esse caminho de resignação é o mais correto. Concordo, em termos. Não acho que estamos aqui só para expiar as culpas e sofrer. A vida é muito mais do que só isso. A ideia de contentar-se apenas, ainda, me parece um pouco estranha. Eu quero mais. Quero escrever mais, ter mais seguidores, atingir mais pessoas, ajudar mais, viajar mais... Gosta dos coisas raras e boas da vida e não me recrimino por isso. Não mais. Agora contento-me com o necessário: paz de espírito, saúde, amor e caridade.
Adoro moda, mas não preciso comprar roupa todo mês. Não preciso ter 50 camisas se só posso uma por vez. Antes eu corria atrás da moda, hoje sou aficcionado por qualidade. Compro roupa quando preciso e gosto muito e não mais porque tenho que comprar para estar na moda. Amo gastronomia e quanto mais requintada ela for, melhor. Mas sei que não devo abusar quando tantos passam fome. Procuro doar comida, não desperdiçar e comprar o necessário. Não me privo das minhas vontades, mas não sou escravo dos meus desejos.
Com o passar dos anos aprendi a contentar-me com tudo que a vida tem me dado e agradecido. Todas as dores e sofrimento serviram de lição para meu aprendizado. Toda alegria e felicidade alimentaram a minha alma. Contentar-se é isso, estar contente com cada sopro de vida que lhe é dado. Conformar-se já e mais difícil. Não me conformo com tanta coisa: injustiça, homofobia, criança na rua, miséria, corrupção e mediocridade. Contento-me com o que tenho mas estou inconformado com meus semelhantes. Não creio que a minha raça ainda mate por poder, dinheiro, vingança ou o quer que seja. Isso não é humano.
Contentar-se sim, conformar-se jamais. Minha missão é escrever. Fiquei anos sem praticar. Tenho escrito muito nos últimos dias, tudo que aprendi e compartilho, poluindo ainda mais a Internet com meus pensamentos. Ou purificando, vai saber. Mas sinto que comecei, enfim a fazer a minha parte.

"Faça a sua parte e não se preocupe com os outros. Acredite que Deus também fala com eles, e que estão tão empenhados quanto você em descobrir o sentido desta vida." Paulo Coelho

FARINHA DO MESMO SACO

O mundo árabe vibrou com o atentado do WTC. Os americanos vibram com a morte de Bin Laden. Olho por olho e o mundo vai acabar cego! AFF, Jesus, Alá, tende piedade dessas almas pobres de espírito, farinhas do mesmo saco. Isso é evolução espiritual? Se for, então estou já no Inferno porque não aceito essa desumanidade geral. Vão à merda todos!

MÃOS


Escrevo, porque como Sansão, concentro minhas forças nas mãos. Elas vivem machucadas e cheias de band-aids, mas são mãos bonitas, de quem fez piano anos a fio e jamais podia estralhar os dedos, como uma pessoa comum.
Com as mãos, além de escrever, faço gestos, abençôo e também mando para 'aqueles' lugares. Existem mãos que salvam, e unidas, elas podem muito mais.
Nunca deixei minhas mãos na calçada da Fama, mas com elas, oferto o que tenho d
e melhor.
Pelas minhas mãos deixo minha alma confortar-me. Vamos 'dar as mãos' aos outros mais vezes para que façamos a diferença e transformemos esse mundo em um lugar melhor para se viver. E já que uma mão lava a outra, nada melhor que aplaudir cada texto, cada dia, cada oportunidade. Mãos ao alto, isso não é um assalto é apenas um grito de alerta e mais um gesto de amor e devoção. À escrita e à vida.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

UM MINUTO PELA PAZ


Depois de um casamento real, logo já fomos bombardeados com a suposta notícia da morte do terrorista Osama Bin Laden. A mídia voltou seus olhos para o assunto e agora só se fala isso nos noticiários, programas de futilidades e tal.Não simpatizo com os terroristas, mas não simpatizo nenhum um pouco com a supremacia americana metendo o 'pedelho' em todas as questões. O atentado do WTC foi horrível e não por acaso, e matou muitos inocentes que continuaram padecendo diante da dita ofensiva. Bin Laden era louco ou um monstro? Não me interessa. O que me chocou foi a comemoração americana diante de um assassinato, mesmo que seja de quem mereceu. Vendo a festa me deu uma profunda pena desse povo, tão medroso e tão equivocado. Se bem que toda essa tensão no Oriente Média veio pelos americanos, ávidos por faturar em armas e prestígio.
Bin Laden era um monstro, assim como G.W. Bush continua sendo. Amor com amor se paga e essa festa idiota só vai trazer mais ódio contra essa nação tão civilizada. O mundo inteiro viu essas imagens, e eu, que sou apenas descendente de sírios, fiquei horrorizado e constrangido, como ser humano.
Lembrei-me de Gandhi muito hoje, com sua não violência. Pensei nos presos políticos de Cuba. Pensei na paz. Peço um minuto de silêncio pela paz e que os governantes do mundo tenham consciência do quem pela frente. Enquanto Bin Laden deve estar com suas não sei quantas virgens no seu paraíso, o mundo oriental e ocidental, está de mãos atadas, dependendo de mais violência e da força dos 'donos do mundo'. Oh, Deus, Oh, Alá, iluminai o coração dos homens nesse momento da mais completa falta de valores e sentido. Não permitais que comecemos outra guerra. Rezemos pelo mundo, até porque ele passa por um período de grande transformações saindo da fase das expiações para virar o mundo da regeneração. Quem não merecer estar aqui, vai voltar para um mundo primitivo, dizem os espíritas. 2012 não será o fim do mundo, mas o começo de uma nova era.

A NOVELA DA SACOLA PLÁSTICA


Mal anunciaram o fim das sacolas plásticas nos supermercados, e a grande maioria da população, sempre ela, já entrou em conflito com tal medida. O que para quem se importa com o futuro do planeta parece ser um alívio, para a massa não passa de mais uma atitude punitiva. Na Europa, isso já existe há muito tempo. Leva-se sacolas e carrinhos, sem nenhum problema. Esqueceu a sua? E só comprar uma sacola retornável. Um esquema simples e que funciona, como a multa para quem não recicla seu lixo. Sacolas plásticas demoram anos para se decomporem, e leves, entopem bueiros, causam alagamentos e vão para no mar. Viram verdadeiras ilhas suspensas sobre o mar e acabam por matar a vida marinha, influenciando a nossa própria.

O problema maior é que quem vai sofrer com a falta das sacolas plásticas é sempre a classe mais desfavorecida. Já existem sacolas e sacos feitos de material biodegradável, que se decompõem em 3 meses, mas tem seu preço.
Só que esse é só o c
omeço. Economizar água, energia e reciclar nosso próprio lixo é nossa obrigação e são tão importantes quanto o extermínio dessas malditas sacolas. O planeta não suporta mais, estamos à beira de um verdadeiro colapso, alguém duvida? Só que não adianta abolir essa praga apenas dos mercados. Hoj
e, qualquer cachorro quente, qualquer lanchonete utilizam as sacolas no seu 'take away'. E são pelo menos duas. Uma para comida, outra para a bebida. Essas sacolas reproduzem-se mais do que coelhos, e olha que estamos no Ano do Coelho.

Será que a humanidade precisa de tanta embalagem assim? Precisamos produzir tanto lixo? Todo esse gás carbônico é necessário? Por mais urbanos que sejamos, não podemos esquecer que o futuro da Terra, está, agora, em nossas mãos, que de agora em diante será carregando as ecobags. E para quem ainda não se conformou, não adianta chorar. Melhor escolher entre os modelos lindos que estão no mercado e escolher a sua sacola. Ou as suas.


domingo, 1 de maio de 2011

BREAKING NEWS

OSAMA BIN LADEN IS DEAD.

DE VOLTA ÀS RAÍZES


Retornar à cidade natal, nossa terra, é uma tarefa árdua. Digo isso, porque além de todos os poréns, a temperatura, aqui, arde. Mas na verdade, fora as espécies mais exóticas, a grande maioria das raízes ficam debaixo da terra, uma metáfora nada obscura de sustentação física e nutricional. No entanto, uma vez cortadas essas raízes, as mudas devem ser replantadas em outros espaços para que a experiência, assim, rebrote. Tenho orgulho de minhas raízes, elas são a base de tudo o que sou. Só que eu preciso de outros solos para produzir novas flores, aquelas que não florescem em certos climas e ambientes.
Voltando à essas raízes, muitas vezes ligadas ao passado, nos deparamos com pendências e situações mal resolvidas, coisas que gostaríamos de ter esquecido, como o cheiro da infância, a voz da mãe, o gosto da goiabada feita na hora. Os traumas, porém, não são tão facilmente esquecidos, talvez nunca. E eles estão justamente nas raízes.
Raspei meus cabelos. Para muitas culturas isso é um símbolo de desapego. Para mim, só auto conhecimento e fuga do calor. Depois de anos de 'blondie ambiction'era hora de voltar às raízes, literalmente. A Vogue já tinha anunciado, ano passado, o fim da loirice e a volta da naturalidade, principalmente em cabelos. Fui cortando, tingindo, cortando, retocando, me enganando para falar a verdade. Agora eu sei a cor do meu cabelo. Vejo, que naturalmente, ele começa a mudar de cor. As raízes são escuras na sua maioria, mas fios brancos me lembram que o tempo não pára e o que importa não é fixar ou mudar as raízes de lugar. É preciso oxigená-las e adubá-las com todas as novidades que surgem por aí e com tantas outras que ficaram a serem feitas. As raízes estarão sempre lá enquanto houver vida. E enquanto houver vida, devemos buscar não o lugar comum, mas o lugar que faz nosso coração bater mais forte e faz nossas existências florescerem. É isso que atrai as borboletas, já dizia, sabiamente, o velho Quintana.

ROYAL BLOWJOB FELIZ DIA DO TRABALHO

A dama mandadinha da Estrela aquendou o ojú...


FELIZ DIA DO JOB, QUER DIZER< DO TRABALHO!

ESCRITO À MÃO

Vivo a era digital, desde o momento em que acordo com toques cada vez mais polifônicos, até a hora de dormir em que só desligo o computador quando já estou caindo de sono. Sou tão virtual, mas quando fala da escrita sou arcaico. Gosto de papel e de caneta. Carrego blocos de anotações, tenho cadernetas na cabeceira da cama, espalho resmas de papel pela casa. Gosto de ver o desenho das letras compondo o branco do papel com as linhas que me libertam do lugar comum. Gosto de caneta BIC azul, dessas bem comuns. Mas não me venham com as genéricas, pontas finas ou hidrográficas. Gosto de assistir a tinta descendo pelo tubo, com cada inspiração, que vira uma composição visual de palavras. Tenho várias dessas canetas zeradas guardadas feito um troféu.
A ideia, no meu caso, vem sempre no papel. Quando vou para o teclado sei o que quero e só deixo a imaginação e o corretor ortográficos correrem soltos. Na maioria das vezes, deitado, é que eu consigo aquietar a alma, organizar os pensamentos que escapam e precisam, algumas vezes, de registro. Dá para imaginar que esse texto que você lê agora, saiu de uma folha de papel e ganhou vida graças a uma caneta BIC já falhando? Se me contassem, eu não acreditaria, mas é assim que acontece. Só assim. Transformo o que sinto em frases que raramente fazem sentido. Sou romântico e nostálgico, mas odiaria escrever com tinta e bico de pena. Sou da geração esferográfica e dificilmente alguém vai tirar isso de mim.
Gosto de mandar e receber cartas, algo tão esquecido nos dias de hoje, não é? Podem me chamar de velho, retrógrado ou antigo. Sei que não sou. Atualizo-me diariamente, sei o que rola na música, nas artes e no mundo e aprendo algo novo a cada dia, menos digitação, oh, coisa horrível. Talvez por isso eu escreva à mão, mas não acredito. Escrevo à mão porque esse é meu jeito e não quero mudar. E outra, minha letra é linda, modéstia à parte.

P.S.: Adoraria ter uma pessoa para digitar meus textos, mas as anotações, apesar da letra primorosa, são tão confusas e cheias de setas, rabiscos e atalhos que dificilmente alguém entenderia os caminhos tortuosos dos meus manuscritos. Sobra-me catar os milhos, com o dedo indicador, longe da vista de todos.

Lady Gaga - Born This Way

sábado, 30 de abril de 2011

I LOVE YOU FACEBOOK

Assistindo ao fraquinho filme "A Rede Social", que conta a história de como surgiu o facebook, essa ferramenta maravilhosa, que me encanta e me amedronta. Antes de mais nada, eu reafirmo meu amor e vício a essa rede social infinita, minha grande sala de estar onde recebo meus amigos e faço novos.
Tem dias em que eu me relaciono com várias pessoas. É uma curtida aqui, uma compartilhada lá, um comentário ali, tudo via facebook, tudo 'just one click'. Acho tudo isso incrível, essa possibilidade de conexão full time, onde sei o que meu amigo de Miami está fazendo ou o que a fofa da minha vizinha está sentindo. Sinto que estamos próximos, eu escrevo aqui, respondem lá. Mas tem dias em que eu só me relaciono com meu namorido e meu cachorro, as únicas pessoas que encontro para conversar. E olha que eu tenho mais de 3000 amigos no facebook.
Vivemos correndo, sem tempo para nada, nem vemos a cara de nossos vizinhos mais. Só temos tempo para a vida virtual. E como diria Neusa Suely: "Isso é vida?" Não creio. Merecemos coisas melhores, eu mereço, pelo menos. E tentando a todo custo fugir da espiritualidade como assunto, eis que ela me persegue. E nessas horas, apesar da falta de tempo geral, ela é a nossa salvação. Uma oração, cinco minutos de meditação, um agradecimento. Sem paz de espírito, nada adianta fama, dinheiro ou todos os amigos do mundo, não somos ninguém. Gostaria que meus amigos 'curtissem' esse texto e 'compartilhassem' seu conteúdo, como se a vida se resumisse a uma página inicial azul e branca. O silêncio, em si, já é uma prece. Façamos, então, uma prece, pelo próximo, pelo mundo, pelos nossos amigos do facebook e por nós mesmos. Para quem não curte rezar nem a força, vale ser gentil, educado e espirituoso com seu semelhante. A vida tem que ser curtida sim e as experiências compartilhadas, mas olho no olho, esse é o verdadeiro facebook. No que você está pensando agora?

Passado, presente ou futuro?

"... Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida..." Pablo Neruda

Se a palavra saudade só existe em português, o Neruda estava falando de outro assunto, mas que se encaixa perfeitamente na dor da saudade. Dizem que o nosso primeiro trauma, o nascimento, já nos deixa com saudades do útero. Depois vêm a saudade da infância, das brincadeiras, dos avós. Aí vem a saudade de amor, e depois de sentí-la, entendesse todas as outras. O passado, salvo em raras exceções, é bonito porque é conhecido e nostálgico, estamos acostumados a ele. Sentir saudades de alguém, de algum lugar ou momento é um dor indescritível, sem pieguices ou sentimentalismo. Nunca pari, mas tatuagem, dor de canal e fratura exposta doem muito, mas a dor intocável é a pior. Saudades dos que partiram, então, é a mais foda, e sempre acaba em lágrimas. Mas sabendo lidar com a dor e entendendo que tudo é um processo na vida, causas e consequências, entendemos e passamos a dar valor ao único tempo que nos pertence: o presente.
E como num conto do Caio Fernando Abreu, que eu amo, ele fala disso, da fragilidade e de como devemos segurar esse presente, como quem segura um bebê ou um cristal, com cuidado. O presente é o presente que nos é dado todos os dias ao acordar, por incrível que pareça, tem gente que não acorda. façamos, então, o máximo com esse tempo presente, tomando-o nas mãos e não guardando nos bolsos, lembre-se, ele pode quebrar. Cada dia é um dia, cada dia é uma lição diferente a ser aprendida e ensinada. Isso é o presente, isso é o que importa.
Quanto ao futuro, não gosto nem de pensar. Às vezes ele nem chega ou chega detonado. Mas ele não pertence a ninguém, nem a Deus. Ele só é um resultado de uma experiência que fazemos no presente, esquecendo o passado. Pensar no futuro é até saudável. Viver para ele, nem tanto. Nem meu pai de santo e nem meu tarô vão conseguir influenciar o meu futuro. Só o que eu faço com esse bebê, o tempo presente, que nasce cada dia quando abrimos os olhos. Viver!

Gonzaguinha canta "O Que É, O Que É?"

ESPIRITISMO X BUDISMO

Sou budista e espírita. Não vejo confusão ou conflito algum, mas gostaria de esclarecer um pouco esse meu sincretismo próprio. Tanto uma religião quanto a outra, não recrimina o convívio com outras. Ambas estão preocupadas com a evolução espiritual, crêem em reencarnação, vidas passadas e nos deixam claro que nossas atitudes geram consequências. Sem obrigações, sem punições e sem deveres, a não ser melhorar como ser humano. Não tento jamais converter ninguém e tenho pavor de quem tem essa pretensão. Do budismo, carrego mais a filosofia e a prática da meditação e auto conhecimento. Já no espiritismo, sou mais praticante, compartilhando experiências e energia, aprendendo o valor do Evangelho e da caridade. Aliás, um dia, eu evoluo, e essa será a minha religião, a religião universal.

"Se eu falar as línguas dos anjos, se tiver o dom da profecia e penetrar todos os mistérios, se tiver toda fé possível, a ponto de transportar montanhas, mas não tiver a caridade, nada sou."
(Paulo, I Coríntios, XIII)

GOD SAVES THE LOVERS!


Ontem foi um dia agitado. Logo pela manhã, casamento real. Imperdível, vai saber quando será o próximo.... Em tempo real, acompanhamos cada lance cronometrado desse conto de fadas moderno enquanto nas redes sociais, facebook e twitter o povo destilava o veneno do recalque. Só um dia assim para revermos tantos amigos, pelo menos virtualmente, nesse terceiro milênio que nos intimida. Mas é o milênio do bem, da Era de Aqúario, dizem. Vejam quantas mudanças, presidentes negros, presidentas mulheres, tiranos caindo do poder, mas veja também quanta catástrofe. Só que ontem o mundo parou para ver Kate & William. Não se falava de mortes, tragédias e até os terroristas pararam para ver a carruagem dourada passar. Uma plebéia, neta de plantadores de batatas, virou princesa e segundo dizem foi o primeiro casamento por AMOR na monarquia britânica., fazendo-nos esquecer o fiasco que foi o casamento anterior de Charles e Diana. Os ingleses vibravam nas ruas e nos pubs, e todos nós, em nossa casas compartilhamos aquela alegria toda. Os pessimistas já começam a falar em jogada de marketing e tentativa de salvação da crise econômica, mas vejo tudo isso como salvação da crise humana. Ontem, na Inglaterra, e em todo mundo, foi o dia em que o amor venceu. God saves the lovers!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Entre perdas e pedras

Perdas são como pedras.

Duras, pesadas, mas necessárias.

A perda chega a ser como a alegria quando você se acostuma.

Perdas pesam no bolso e na alma

Perdi tantas coisas.

Perdi chão.

Perdi a fé nas pessoas.

Perdi a fé em mim.

Deus parece uma criatura distante e apavorante.

Perdi minha mãe, amigos verdadeiros e uma cidade.

Mas me lembro o quão é irrisória a minha dor perto da dor de quem perde tudo.

Meu mundo desabou, soterrou e foi levado por uma enxurrada.

Perdi tudo.

Perdi você e a mim.

E assim me acostumando cada vez mais perco a pouca lucidez que ainda me resta.

E deixo pedras pelo caminho para quem sabe encontrar o caminho de volta.

Uma prece

No começo, nada havia.

Dizem que houve uma grande explosão.

Eu nada vi.

Vieram os deuses para tudo controlar.

Deuses protetores, deuses destruidores, desses humanos.

Depois veio só um Deus, infinito como a explosão.

Hoje são milhares criados à Imagem e semelhança.

Aparecem e desaparecem a cada segundo.

Muitos não resistem ao tempo e sucumbem.

Outros amarguram vidas miseráveis.

Alguns conformam-se, outros se embriagam.

Poucos desses deuses carregam ágatas e coragem.

Lutam em meio colapso e caos.

Flexíveis mas resistentes como o junco, não desistem.

Assim é o mundo, esse recomeço pós explosão.

Uma luta constante de opostos, equilibrada por um fio.

Os que se importam e os que nada querem.

Deus dentro de cada um, vai na direção do vento, mas não nos abandona.

E como uma borboleta, que transforma-se e renasce, pousa em meu jardim.

Cuidar dele é ter coragem de resistir e se importar para que pousem as borboletas, abelhas e joaninhas.

Do nada, da explosão, surgiu muita coisa.

E vai continuar surgindo

enquanto houver papel, caneta e poesia.

E lá onde meu Deus canta, ou meus deuses, não importa.

A FÊNIX E AS ANDORINHAS



Geralmente, em situações de recomeço, utilizamos a mitológica figura da fênix, pássaro de fogo que queima para renascer das cinzas. É um símbolo quase que universal do renascimento, um tanto quanto batido, por sinal. Metáfora por metáfora prefiro recorrer às andorinhas, que simbolizam a Primavera e a vida renovada. Regressando no tempo quente e em bandos, andorinhas tem mais meu 'speed'. Não quero queimar como a fênix, nem muito menos parecer ave agourenta. Quero e só posso viver sob a minha ótica, procurando calor, em um mundo que torna-se frio, digitalizado e tantas vezes, irreal. Não dá para ficar inerte esperando os dias passarem, navegar, ou melhor, voar é preciso. De preferência em um balé sincronizado de andorinhas ciganas.

Citando mais uma vez, frases espíritas, falando em metáforas clichês de recomeço não deixo de lembrar de Chico Xavier, já batido: "Embora ninguém posssa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim". Voando em direção do norte, em busca do Sol, eu, que ainda nem cheguei na metade do caminho, escolho para mim outro final. Não quero a frieza, mas também não queri queimar e virar cinzas. Quero ser livre como as andorinhas e carregar comigo esse anúncio de uma nova estação.

CONSTANTE EVOLUÇÃO


"Porque nossa glória é esta: o testemunho de nossa consciência". Paulo (II Coríntios, 1: 12)

Prazer, sou Tiago Mentor. Esse não é meu primeiro blog, nem deve ser o último, pela minhas contas, deve ser o quarto ou quinto. Nunca deletei os anteriores, mas acho essa de sumir e atualizar anos depois o fim da picada. Blog é coisa séria. Blog necessita de continuidade. Este é um momento de recomeço e de reaprendizado. Tenho aprendido muito nos últimos dias, muito mais que em anos e resolvi compartilhar esse proceso. Motivado pelo sofrimento, no entanto, entendi o que ele representava e foi ele mesmo quem me deu as forças para escapar. Não tanto quanto eu queria, mas já é alguma coisa. Graças a dor, aos anti depressivos e muito kardecismo eu sou uma pessoa melhor. E quer saber? A sensação é fantástica. Por isso, agora, esse novo blog para dialogar com outras tribos e fugir do lugar comum, e, principalmente, deixar o testemunho da minha consciência. Sem moralismo, sem seguidores, sem amigos compartilhativos de redes sociais esse espaço, por enquanto, é só meu. E agora você cjegou até aqui. E aí? Me acompanha nessa viagem?



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