quarta-feira, 4 de maio de 2011

Apenas mais uma crise

Arrumando as malas para viajar, tive uma crise de ansiedade aguda. O coração disparou, faltou ar, delou a barriga, deu tontura. Estava tão feliz que não conseguia entender aquele pânico todo. Tentei ioga, mas estava nervoso demais. Tentei meditação, mas estava difícil controlar-me. Fiz o quê? O que vem me acalmando nos últimos meses: escrever. Não sem antes o Rivotril sublingual, ah esses ansiolíticos milagrosos.
Comecei a pensar em ansiedade e pânico, males do nosso milênio, e meus eternos companheiros. Quem me conhece sabe exatamente o que é que estou falando. Sou ansioso em praticamente tudo, descer logo do avião, sair do cinema, até para tomar passe. A origem da palavra ansiedade tem várias raízes: angos (latim), angst (alemão) e ankh (no egípcio antigo), que parece ser o primeiro ar que respiramos ao nascer, ou seja, respiração, ou a falta dela. Já o pânico, deriva de Pã, deus dos campos e pastores, que tem pernas e chifres de bode e era uma figura bem agitada, como eu, que habitava as florestas escuras. Quando os homens prtecisavam atravessas as matas eram tomados por pavores súbitos, sem uma causa aparente, o tal pânico. Era só ouvir o som da flauta para que os mortais petrificam-se de medo.
A ansiedade está relacionada com situações que antecedem o perigo ou o desconhecido. Estou feliz com a viagem, mas tenso pois ela pode mudar os rumos da minha vida. Por isso esse pânico de novo. Dizem que existe uma 'ansiedade vital', que nada mais é que uma força geradora das mudanças. No entanto, mudar é preciso, sempre.
O nosso problema, e meu principalmente,é pensar demais no futuro e nas coisas que podem acontecer. Ou não. esqueço que preciso respirar fundo antes de mergulhar onde quer que seja. depois de mais meio clonazepan, respirando pelo nariz, eu consigo acalmar-me para terminar esse texto, já com outros olhos. E ouvindo a flauta de Pã, eu não me assusto e lembro de focar-me no presente, sem medo, fazendo uma coisa de cada vez. Cada dia é um novo dia. Crises sempre existirão. Mas o que tiver que ser, será.

2 comentários:

Beth disse...

Tiago!!! lindo q vc escreveu para sua mãe,fiquei emocianada...se algum dia precisar de um colinho estou aqui...bjão

Anônimo disse...

É meu caro, esse Pâ costuma me visitar tb as vezes. Sem contar que o radical "angos" citado no seu texto me lembra outra palvra infernal que assombra as noites incautas de quem tem plenos e objetivos a alcançar: angustia. Nada mais angustiante que a ansiedade pela resolução dos planos para que se tornem fato. Mas eu tenho meu violão, papel e caneta sempre por perto, minhas armas naturais contra esses usurpadores de paz. Abraços e parabéns, seu blog ta muito bom.