A ideia, no meu caso, vem sempre no papel. Quando vou para o teclado sei o que quero e só deixo a imaginação e o corretor ortográficos correrem soltos. Na maioria das vezes, deitado, é que eu consigo aquietar a alma, organizar os pensamentos que escapam e precisam, algumas vezes, de registro. Dá para imaginar que esse texto que você lê agora, saiu de uma folha de papel e ganhou vida graças a uma caneta BIC já falhando? Se me contassem, eu não acreditaria, mas é assim que acontece. Só assim. Transformo o que sinto em frases que raramente fazem sentido. Sou romântico e nostálgico, mas odiaria escrever com tinta e bico de pena. Sou da geração esferográfica e dificilmente alguém vai tirar isso de mim.
Gosto de mandar e receber cartas, algo tão esquecido nos dias de hoje, não é? Podem me chamar de velho, retrógrado ou antigo. Sei que não sou. Atualizo-me diariamente, sei o que rola na música, nas artes e no mundo e aprendo algo novo a cada dia, menos digitação, oh, coisa horrível. Talvez por isso eu escreva à mão, mas não acredito. Escrevo à mão porque esse é meu jeito e não quero mudar. E outra, minha letra é linda, modéstia à parte.
P.S.: Adoraria ter uma pessoa para digitar meus textos, mas as anotações, apesar da letra primorosa, são tão confusas e cheias de setas, rabiscos e atalhos que dificilmente alguém entenderia os caminhos tortuosos dos meus manuscritos. Sobra-me catar os milhos, com o dedo indicador, longe da vista de todos.
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