quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Ser zen...

Ser zen é alguém em busca do vazio.
É deixar os pensamentos viajarem na velocidade do tempo.
É esquecer de tudo.
É acordar de um pesadelo e sentir-se vivo.
Zen é bem.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

E DEUS CRIOU A RESSACA!

A primeira sensação é a de querer morrer. A segunda, com a boca seca, é de arrependimento total. A impressão é a de que passou um furacão devastador pelo quarto, derrubando tudo. São restos etílicos misturados com uma culpa colossal, tudo muito exagerado. Um DJ de trance, alucinado, tocando dentro da sua cabeça e o corpo moído por um rolo compressor sem poder fazer nada. É ela mesma. A boa e a velha ressaca, companheira fiel de uma balada pesada. E como não há mortal que não tenha sofrido desse mal, falemos sem pudores: elas são uma verdadeira desgraça.
Tudo roda, ninguém raciona direito, você fala bosta, briga com todo mundo e ainda tem que aturar as pessoas (ou elas a você!). Não há programa mais broxante, pode apostar. Mas, acreditando que existe uma salvação para esse problema, quero dividir minha experiência em minimizar esses efeitos desastrosos. No entanto, quero deixar bem claro que não me considero alcoólatra, sou apenas daqueles que bebem socialmente, juro. Fico meses sem botar uma gota de álcool na boca, mas quando quero beber, bebo bem. Portanto, essas dicas são para o time que bebe socialmente (ou o mais próximo disso). Se você tem problemas reais com alcoolismo procure o AA.

REGRAS BÁSICAS:
Procure consumir bebida de qualidade (Mas quem consegue beber coisa boa nesses open bares da vida?).
Não misture, nem sob tortura, destilados com fermentados.
Não beba de estômago vazio e nem de estômago muito cheio.
Alterne seus drinks com copos d’água.
Não beba na véspera de algo muito importante.
Beba com moderação.

AO CHEGAR EM CASA:
Por mais bêbado que você esteja, antes de deitar, deve-se ingerir um pouco de glicose e beber muita água ou leite. Alguns tomam engov, outros tomam xantinon com neozaldina, tem até quem apele para o natural e amargo boldo. Depois de anos de porres sucessivos, cada um desenvolve sua receita. Eu tenho a minha, mas não sou nem louco de medicar alguém. O difícil, mesmo, é chegar e encontrar os malditos comprimidos depois de ter bebido além da conta. Tem gente que nem chega em casa.

ESCONDA-SE DO MUNDO:
Esqueça de tudo. Leve muita água para o quarto, que deve estar o mais escuro possível. Tire o telefone do gancho e desligue o celular. Ligue o ar-condicionado e suma debaixo do edredom. Fique na cama o dia inteiro, ou pelo menos, até escurecer de novo. Esse dia deve ser conhecido, por você, como o “dia do Silêncio”.

H2O NA VEIA:
Muita água no day after. O álcool nos deixa completamente desidratados. Coca-Cola gelada também é bem-vinda. Palavras como vodka, vinho ou whisky não podem nem ser pronunciadas na sua frente, sob pena de fuzilamento. Falando em água, tome banhos bem demorados. Se tiver banheira, melhor ainda.

ALIMENTAÇÃO:
O estrago já está feito, no entanto, pode-se piorá-lo. Comer, embora, nesse estado, pareça impossível, é necessário. O ideal é uma dieta rica em proteínas e glicose, para repor o que foi perdido ontem e dar um up grad rápido. Evite gordura, afinal, seu fígado já está detonado demais.

AMNÉSIA ALCÓOLICA?
É real ou é desculpa de bêbado? Não se sabe ao certo, mas que alguns detalhes da noite anterior podem ficar confusos, isso pode. Muito álcool é sinal de besteira na certa. Se você tem dúvidas sobre o que você fez ‘alto’, consulte alguém de confiança. E rompa, totalmente, relações com quem tentar te reprimir por ter bebido demais (o problema e a ressaca são seus!).

RESSACA MORAL:
Eu não esqueço, jamais, o que eu fiz bêbado, embora, muitas vezes, eu quis, amargamente, esquecer. A solidão que acompanha uma ressaca é terrível e junto com ela, vem uma série de julgamentos que nós fazemos. Ficar mal, emocionalmente, no dia seguinte de uma balada, é normal, mas péssimo. Se você tiver aprontando todas então, aí vira calamidade pública. Se tiver que se desculpar com alguém faça o mais rápido possível. E perdoe seus amigos que estavam bêbados ontem. Afinal, álcool é foda. Mas o importante é não deixar que a ‘marvada’ pinga atrapalhe sua vida e seus relacionamentos. Não transforme diversão em depressão.

NEM PRECISAVA DIZER, MAS:
Leve consigo, sempre, bala ou chiclete. Ninguém é obrigado a sentir a cheiro da cana.
Se beber, por favor, não dirija. É perigoso e envolve, não só a sua, mas, outras vidas.
Mesmo bêbado, camisinha!

Pena que eu não tenha moral nenhuma para falar desse assunto. Minha última ressaca, a de sábado passado, me dói até hoje. Fico pensando, se com o tempo nos tornamos resistentes ao álcool ou não. Juro que não sei a resposta, mas infelizmente, acho que as ressacas vão piorando com o tempo. Eu, por exemplo, demoro quase o dia todo para me recuperar (às vezes, dois!). E toda vez eu juro que nunca mais, mas tudo se repete e eu nem vejo. Boto meu melhor modelo e saio no meio do furacão outra vez. E parece que não aprendo. Chego em casa destroçado, mas sobrevivo.

QUEM É VOCÊ NA NOITE (texto escrito para In Beat 2006)

“Era uma vez uma pessoa que não era ninguém. Esse alguém tinha um estilo, digamos assim, chamativo de ser, e em pouco tempo, passou chamar a atenção das pessoas. Graças a sua fada-madrinha e a um bocado de sorte, ele tornou-se conhecido e entrou para o rol das figuras da noite. Passou a ser admirado, copiado e invejado. Com suas grandes entradas, tornou-se uma verdadeira atração. Marcou uma época boa de festas e muitas loucurinhas. No entanto, um dia, sua fada desapareceu., e em pouco tempo, de novo, ele não era mais ninguém. Será esquecido em breve, mas quem não será? Não viveu feliz para sempre, mas tenho certeza de que se divertiu muito.”

QUEM É VOCÊ NA NOITE?

Por Tiago Mentor


Pode até parecer uma pergunta fácil, afinal, todos somos alguém, mas, em se tratando da ‘noite’ tudo parece mudar. A noite, e ‘suas criaturas’ assim dizendo, tem seus próprios códigos e é inegavelmente muito mais fascinante que o dia. Ser alguém, na noite, é uma tarefa que requer disposição, ousadia e até uma dose de paciência. Mas para algumas pessoas, vale a pena.
Se existe uma fórmula rápida e certeira para chegar lá eu não conheço. Vivi e vi muita coisa nesses mais de 10 anos de ‘night’ e só posso afirmar que mais rápido que ser alguém, na noite, é só deixar de ser. Tudo passa muito rápido, quase como um filme. Então, se você pretende se candidatar ao título de “Rainha do Baile” e não dispõe de uma boa fada-madrinha, preste atenção nos meus conselhos e aproveite enquanto é tempo. Mas, só para provocar, eu confesso: não há sensação melhor que a de ser hypado na noite. E me perdoem os pobres mortais mas ser celebridade, na noite, é fundamental. Okay, vamos lá:
Tenha amizade com as pessoas certas. Se não amizade, pelo menos, conheça. Cumprimente sempre que possível. E quem são as pessoas certas? Muitas. É só olhar ao seu redor e irá notá-las (elas sempre destacam da maioria). Bajule-as muito. Até porque, elas são as portas de entrada para o mundinho. E não esqueça de ser simpático também com aqueles que estão trabalhando na noite, seja a hostess, o barman ou os seguranças (Jamais dê em cima de um segurança!).
Ao chegar em um lugar, dê uma volta. Paquere bastante. Circule, fale com as pessoas e deixe a festa acontecer. Deixe para sentar e ficar comentando a vida alheia para o fim da noite.
Beleza ajuda muito. Não há quem resista a um rosto perfeito ou um corpo sarado, não é verdade? Mas, como tudo na vida, é sempre preciso mais. Um pouco de inteligência é bem-vinda também. Mas o que importa, nessa hora, é o tal do charme. E charme, cada um tem o seu, não dá para falar muito. Descubra seu ponto forte, tenha um ótimo cabeleireiro e arrase.
Algumas pessoas têm o dom de inventarem modas. Ficam bem de lenço na cabeça. Usam dourado e arrasam. Abusam das estampas. Enfim, arrasam sempre. Mas, para isso, é preciso muita atitude e coragem. De que adianta o look incrível se você não tem carão para sustentá-lo? Se você não entende nada de moda, seja básico.
Estilo é a necessidade mais básica de sobrevivência na noite. Se você ainda não tem, descubra o seu voando. E estilo é aquela história: ou você tem, ou você copia. E para quem gosta de copiar, todo cuidado! Nem tudo que fica bem nos outros pode cair bem em você.
Usar roupas de grife é o máximo, mas colocar a etiqueta da peça acima de tudo é burrice. Afinal, você não é a sua calça da Diesel, é? Não seja louco por marcas, mas seja obcecado por estilo.
Tenha um diferencial, algo em você precisa chamar a atenção das pessoas. Seja o visual, seja seu jeito estranho de dançar ou seja um aspecto da sua personalidade (cleptomania jamais!).
Esteja informado de todos os eventos importantes que vão acontecer, de coquetéis de lançamento a inaugurações de novos lugares. Saiba de todas as festas. Tire muitas fotos. Mostre-se.
Todo mundo bebe. Mas ser conhecida com a nova Heleninha Roitman não é bom para a imagem de ninguém. O mesmo serve para as drogas.
Só tire a camisa na pista se o seu corpo estiver absolutamente fabuloso e você estiver morrendo de calor e derretendo de suor. Mesmo assim, evite.
Namorar as pessoas certas, também, pode ser essencial na sobrevivência noturna, mas é assunto muito longo e delicado. Fica para um próximo texto.
Seja amigo dos fofoqueiros, ou pelo menos, tente. Essa raça é fogo, mas é pro seu próprio bem...
E depois de muitas noitadas seguidas suma um pouco. Tire umas férias da balada e faça outros programas. Invente um ótimo motivo para o seu sumiço (Marrakesh, talvez?!) e arrase na volta triunfal. Isso é ótimo para imagens desgastadas.

Como eu disse anteriormente, não é nada fácil. Mas, para alguém se destacar no grupo é preciso abrir mão de muita coisa: sossego, discrição, opinião. Mas em compensação esse mundinho, feroz, vai se abrir completamente para você e, quem sabe, você não seja a próxima new face badalada do momento? Você aumentará, significantemente, suas amizades, mas será invejado e odiado. Sua lista de inimigos vai crescer a cada dia e você nunca mais terá paz. Ou melhor, até passar a tua onda. Alguns seguram um tempo mais, outros menos. Mas ela, um dia vai passar. E aí, enfim, você vai curtir a noite como nunca. Juro.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Apresentação única de DOR DE COTOVELO UNPLUGGED no Over Lounge dia 14/02














Tiago Mentor faz única apresentação da performance "Dor de Cotovelo Unplugged", no dia 14/02, sábado, no Bar Over Lounge. A peça é a versão ‘acústica’ de “Dor de Cotovelo e outras coisas mais que eu sinto quando penso em você”, de 2002, uma das peças mais vistas e premiadas do grupo.
A versão compacta, que já foi apresentada em diversos locais (bares, feiras culturais e até na rua), é uma versão mais ágil e mais clean do trabalho original. “Dor de Cotovelo Un-plugged” é um grande poema de amor, escrito, dirigido e representado em primeira pessoa por Tiago Mentor, o “Eu-lírico”, e que reconstitui em toda a sua extensão as alegrias e dores de uma paixão. É uma reflexão, até certo ponto neurótica, sobre a impaciência e o imediatismo. Sobre amar loucamente alguém que conhecemos ontem. Sobre como é possível perder-se na excitação de um amor.
A matéria-prima de “Dor de Cotovelo” é a perda e o constrangimento da paixão, sempre envolvida em dificuldades e decepções. A performance é toda cheia de mal-entendidos e brinca, exatamente, com essa faceta dolorosa, porém patética do amor. Com 15 minutos de duração, “Dor de Cotovelo Un-plugged” discute e questiona o que poderia vir a ser o amor ou mesmo se é possível defini-lo, tamanho o leque de possibilidades.




E dentre tantas possibilidades, o Beco aposta em uma vertente ‘pop e veloz’, discursando sobre um mundo cheio de opções e, ao mesmo tempo, extremamente carente, mas repleto de rock n’ roll e cafonices de uma paixão.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

GELL- POÉTICA DO DESESPERO (primeiros ensaios)

TRECHO:

"Depois de tudo acabado será só paz. Eu serei paz. Mas você não será lembrado se morrer agora. Você será enterrado e alguns poucos lamentarão a sua morte. Você é sozinho. O mundo vai continuar girando e você não vai encontrar nada em que se segurar porque é esperto ou burro demais para encontrar Deus dentro da sua cabeça limitada. Aliás, acredito cada vez mais que não se deve julgar o bom Deus por esse mundo tão injusto, porque isso foi apenas um estudo dele, um rascunho, deu errado. E se você quiser entender um pouco sobre Deus procure compreender o que os artistas dizem em suas obras primas. Aí está Deus. E eu, quando preciso de um pouco de Deus, saio à noite para pintar as estrelas. Mas você não vai entender isso. Você não é artista, não vai deixar nada para trás. Minha ocupação não é o que me traz o salário mas o que me foi colocado na Terra para fazer com tal paixão e tal intensidade que quase torna-se um chamado espiritual. E o olhar para as coisas durante longo tempo que amadureceu e aprofundou a minha compreensão. Andei por essa terra por mais de 30 anos, e por gratidão, quero deixar alguma lembrança."



Pré-estréia no final de Fevereiro/2009