quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

E DEUS CRIOU A RESSACA!

A primeira sensação é a de querer morrer. A segunda, com a boca seca, é de arrependimento total. A impressão é a de que passou um furacão devastador pelo quarto, derrubando tudo. São restos etílicos misturados com uma culpa colossal, tudo muito exagerado. Um DJ de trance, alucinado, tocando dentro da sua cabeça e o corpo moído por um rolo compressor sem poder fazer nada. É ela mesma. A boa e a velha ressaca, companheira fiel de uma balada pesada. E como não há mortal que não tenha sofrido desse mal, falemos sem pudores: elas são uma verdadeira desgraça.
Tudo roda, ninguém raciona direito, você fala bosta, briga com todo mundo e ainda tem que aturar as pessoas (ou elas a você!). Não há programa mais broxante, pode apostar. Mas, acreditando que existe uma salvação para esse problema, quero dividir minha experiência em minimizar esses efeitos desastrosos. No entanto, quero deixar bem claro que não me considero alcoólatra, sou apenas daqueles que bebem socialmente, juro. Fico meses sem botar uma gota de álcool na boca, mas quando quero beber, bebo bem. Portanto, essas dicas são para o time que bebe socialmente (ou o mais próximo disso). Se você tem problemas reais com alcoolismo procure o AA.

REGRAS BÁSICAS:
Procure consumir bebida de qualidade (Mas quem consegue beber coisa boa nesses open bares da vida?).
Não misture, nem sob tortura, destilados com fermentados.
Não beba de estômago vazio e nem de estômago muito cheio.
Alterne seus drinks com copos d’água.
Não beba na véspera de algo muito importante.
Beba com moderação.

AO CHEGAR EM CASA:
Por mais bêbado que você esteja, antes de deitar, deve-se ingerir um pouco de glicose e beber muita água ou leite. Alguns tomam engov, outros tomam xantinon com neozaldina, tem até quem apele para o natural e amargo boldo. Depois de anos de porres sucessivos, cada um desenvolve sua receita. Eu tenho a minha, mas não sou nem louco de medicar alguém. O difícil, mesmo, é chegar e encontrar os malditos comprimidos depois de ter bebido além da conta. Tem gente que nem chega em casa.

ESCONDA-SE DO MUNDO:
Esqueça de tudo. Leve muita água para o quarto, que deve estar o mais escuro possível. Tire o telefone do gancho e desligue o celular. Ligue o ar-condicionado e suma debaixo do edredom. Fique na cama o dia inteiro, ou pelo menos, até escurecer de novo. Esse dia deve ser conhecido, por você, como o “dia do Silêncio”.

H2O NA VEIA:
Muita água no day after. O álcool nos deixa completamente desidratados. Coca-Cola gelada também é bem-vinda. Palavras como vodka, vinho ou whisky não podem nem ser pronunciadas na sua frente, sob pena de fuzilamento. Falando em água, tome banhos bem demorados. Se tiver banheira, melhor ainda.

ALIMENTAÇÃO:
O estrago já está feito, no entanto, pode-se piorá-lo. Comer, embora, nesse estado, pareça impossível, é necessário. O ideal é uma dieta rica em proteínas e glicose, para repor o que foi perdido ontem e dar um up grad rápido. Evite gordura, afinal, seu fígado já está detonado demais.

AMNÉSIA ALCÓOLICA?
É real ou é desculpa de bêbado? Não se sabe ao certo, mas que alguns detalhes da noite anterior podem ficar confusos, isso pode. Muito álcool é sinal de besteira na certa. Se você tem dúvidas sobre o que você fez ‘alto’, consulte alguém de confiança. E rompa, totalmente, relações com quem tentar te reprimir por ter bebido demais (o problema e a ressaca são seus!).

RESSACA MORAL:
Eu não esqueço, jamais, o que eu fiz bêbado, embora, muitas vezes, eu quis, amargamente, esquecer. A solidão que acompanha uma ressaca é terrível e junto com ela, vem uma série de julgamentos que nós fazemos. Ficar mal, emocionalmente, no dia seguinte de uma balada, é normal, mas péssimo. Se você tiver aprontando todas então, aí vira calamidade pública. Se tiver que se desculpar com alguém faça o mais rápido possível. E perdoe seus amigos que estavam bêbados ontem. Afinal, álcool é foda. Mas o importante é não deixar que a ‘marvada’ pinga atrapalhe sua vida e seus relacionamentos. Não transforme diversão em depressão.

NEM PRECISAVA DIZER, MAS:
Leve consigo, sempre, bala ou chiclete. Ninguém é obrigado a sentir a cheiro da cana.
Se beber, por favor, não dirija. É perigoso e envolve, não só a sua, mas, outras vidas.
Mesmo bêbado, camisinha!

Pena que eu não tenha moral nenhuma para falar desse assunto. Minha última ressaca, a de sábado passado, me dói até hoje. Fico pensando, se com o tempo nos tornamos resistentes ao álcool ou não. Juro que não sei a resposta, mas infelizmente, acho que as ressacas vão piorando com o tempo. Eu, por exemplo, demoro quase o dia todo para me recuperar (às vezes, dois!). E toda vez eu juro que nunca mais, mas tudo se repete e eu nem vejo. Boto meu melhor modelo e saio no meio do furacão outra vez. E parece que não aprendo. Chego em casa destroçado, mas sobrevivo.

2 comentários:

TALES FREY disse...

Day by day...

Chistiane F. em Wir Kinder vom Bahnhof Zoo, mostrou que sobreviver é possível sim! E mesmo depois, cá está ela entre nós, inclusive bem pertinho de você depois de uma fuga para arrastar seu filho de Berlin para Amsterdam...

Day by day...

Anônimo disse...

Olá! eu vi seus vídeos no youtube e achei muito legais!
também tenho um blog... adorei o seu!
Beijos ;*