terça-feira, 7 de abril de 2009

MODA OUTONO/INVERNO 2009 Hemisfério Norte


E para a moda outono/inverno 2009 prepare-se para a invasão de peças mais estruturadas (vestidos e casacos) e calças mais largas, assim como na alfaiataria, uma tendência bem forte. O estilo étnico continua em alta, assim como o country chic e o geométrico (Louis Vuitton). Ombros e quadris serão as partes mais valorizadas nessa estação. A Semana de Moda de Paris abusou do pink, do caramelo (Nina Ricci), do marrom e do dourado (Chanel) e trouxe poucas estampas e muita alfaiataria. Já a Semana de Moda de Milão trouxe um show de peles, couros e muita elegância. Golas altas (Prada) e uma atitude super rock n’ roll (Fendi) foram algumas das sensações, como o estilo folk (Gucci) ou o hippie (Cavalli). A tendência do inverno é super 70’s e os ecologistas chiarão, com certeza. Mas com o frio que fez no Hemisfério Norte só mesmo as peles para suportar. O bom é que muitas dessas peles são sintéticas. E o planeta agradece.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

NOSSA VELHA E RECAUCHUTADA LÍNGUA PORTUGUESA

Pode parecer paranoia ou você caiu de paraquedas nessa história, mas a verdade é que o dia a dia da nossa velha língua portuguesa está um pouquinho diferente, para se ter ideia a própria palavra ideia perdeu seu acento. Entrou em vigor no começo do ano o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, e mais do que extinguir tremas, acentos ou hífens, busca unificar a nossa língua mãe. Mesmo que muita gente esteja chiando de ter que memorizar novas regras essas mudanças são fundamentais para esse fortalecimento, já que o português é uma das únicas línguas do mundo com duas ortografias oficiais: a portuguesa e a brasileira. Falado por mais de 200 milhões de lusófonos, o português é, hoje, a sexta língua mais falada do planeta, sendo idioma oficial de oito países espalhados pela Europa, América, África e Ásia.
Sim, o bom e velho português está espalhado pelo mundo e mesmo em tempos de globalização não vai perder regionalismos e sotaques que continuam iguais e fazem à diferença dos falantes da língua de Camões. A língua está ligada a uma série de fatores, mas está diretamente conectada com o nosso pensamento e expressão. É, sem dúvida alguma, a ligação mais íntima com a nossa ancestralidade coletiva e ao mesmo tempo, representa as mudanças e transformações dos novos tempos que cria novos verbetes constantemente. A língua está em movimento desde a Pré-História e vai continuar se transformando em cada lugar, em cada sertão, cada morro, cada deserto por onde passa e diz muito sobre o que somos e o que pensamos. Nossa pátria é nossa língua.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Os 100 anos de Silva

Embora ainda desconhecido do grande público, mas aclamado nos meios artísticos e intelectuais, José Antônio da Silva, ou o simplesmente o ‘Silva’, deixou sua marca na História da Arte e completa seu primeiro centenário, em 12 de março de 2009. Nascido em Sales de Oliveira veio para Rio Preto muito jovem e tornou-se o pintor naïf mais importante do Brasil, com obras espalhadas pelo país e pelo mundo. Silva era autodidata, trabalhou na roça, foi faxineiro e mesmo apenas semialfabetizado chegou a escrever vários livros. O estilo que Silva soube incorporar como nem um outro brasileiro era o primitivismo, ou na versão internacional, naïf, um gênero bem peculiar, onde os artistas, com pouquíssimo conhecimento técnico e certa ingenuidade artística puderam se expressar. A palavra naïf em francês significa ingênuo ou simples, mas nem por isso as obras desses artistas teriam um valor artístico menor. Henri Rousseau (1844-1910) foi um dos primeiros gênios desse movimento de total negação do academicismo tão em voga no final do século XIX quando explodiram os movimentos de vanguarda em toda Europa.
Hoje, as obras do genial Silva (sim, ele fazia questão de ser chamado de gênio) podem ser encontradas em três espaços: no Museu de Arte Primitivista José Antônio da Silva, que fica no terceiro andar da Biblioteca Municipal e guarda mais de 60 telas (algumas das mais famosas) e mais objetos históricos e uma exposição permanente sobre o pintor. O Museu de Arte Naïf além de um acervo de pintores primitivistas da cidade guarda nas paredes 15 painéis originais de Silva, recentemente restaurados. Por fim, o lado místico e religioso pode ser encontrado nas 18 telas que compõem a Via Sacra pintada pelo artista na Igreja da Redentora. Um verdadeiro tesouro escondido bem debaixo de nossos olhos pronto para ser decifrado. É tempo de Silva.

segunda-feira, 9 de março de 2009

De repente 30? Parte 1


Tinha uma fase da minha vida em que viver a noite, como dizíamos, era a coisa mais importante. Era algo para fazer de segunda a segunda, não importava o quê. A Vida era uma eterna festa e o que realmente importava era aproveitar, a noite, os amigos, enfim, toda a balada. Uma vida sem grandes preocupações, embora o que vestir sempre foi um grande preocupação ou aonde ir era o básico para uma noite inesquecível. Uma vida festiva, etílica e colorida. Mas derepente você passa a se sentir diferente. Primeiros são os amigos que vão mudando, depois as responsabilidades da vida vão chegando e quando você vê, percebe que deixou aquela fase toda alegre par trás. É duro ter que encarar a vida adulta em um primeiro momento, tanto que muitos atrasam o relógio biológico e tornam-se ridículos fantasiados de adolescentes tardios. Não que eu acho que devemos endurescer, mas precisamos aceitar as verdades da vida, sem medo. Abandonar a vida não significa, no entanto, se tornar outra pessoa. É a questão do amadurecimento. Não temos como fugir dele e quanto mais fugimos, mais sofremos no futuro. Afinal, tudo muda no mundo o tempo todo até nossas cabeças. Será? E aquela criança que fomos um dia, vive ainda em algum lugar? Será? (tem continuação)

quarta-feira, 4 de março de 2009

De volta das Férias


Dizem, que para o brasileiro, o ano só começa depois do Carnaval. Nunca acreditei nessa verdade, embora cada vez eu esteja tendo certeza que isso é real. Para mim o ano começava no Reveillón, com todos os rituais a que tinha direito, uvas, cueca branca, sete ondas... Depois de um ano atípico como o ano passado sabático em que passei os primeiros quatro meses do ano na Europa comecei a perceber qual era a real. Porque lá fora, sem tantos feriados e muito menos sem carnaval pude perceber as enormes diferenças entre nossa cultura brasileira miscigenada e a cultura européia. Não que não gostemos de trabalhar e tal, mas é que temos um dom nato para festejar. Festas e feriados são conosco mesmo, não há dúvida. Só para se ter uma ideia, na Holanda, onde morei, existem apenas 4 feriados (quatro!) e a própria Semana Santa é meio confusa para nós. Eles na verdade não trabalham na segunda, depois da Páscoa. Vai entender? Sem qualquer resquício de carnavla ano passado meu ano engatou bem rápido. Ao voltar ao Brasil emendei dois empregos como coordenador de produção, um no maior festival de teatro do Estado e outro em campanha para prefeito. Foram 6 meses de trabalho intenso, stress e muita coisa legal que aconteceu. Depois disso tudo merecia umas férias. Com a crise mundial rondando solta eu decidi relaxar. Foram 4 meses de férias. Mas não pense você que férias para mim significa não fazer nada. Embarcquei no mais gostoso ócio criativo e nesse período pude fazer várias coisas que tinha deixado para trás, reativei esse blog, entreguei-me a todos os tipos de fofoca e assuntos gerais, dirigi uns filminhos e escrevi uma peça. Acha pouco? Pois saiba que eu me diverti bastante. E quando estava começando a bater a depressão de não fazer nada eu voltei para ativa. Devagar, para não estressar demais e já pensando nas próximas férias. Trabalhar é bom sim, mas poder fazer o que der na telha é melhor ainda. Mas isso é coisa de adolescente, faixa etária que eu deixei faz tempo. É hora de correr atrás. Acabou o carnaval, agora é dureza, pelo menos até a Semana Santa. Ai, como amamos os feriados! No entanto, parafraseando o poeta: Agora, trabalhar é preciso!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Ser zen...

Ser zen é alguém em busca do vazio.
É deixar os pensamentos viajarem na velocidade do tempo.
É esquecer de tudo.
É acordar de um pesadelo e sentir-se vivo.
Zen é bem.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

E DEUS CRIOU A RESSACA!

A primeira sensação é a de querer morrer. A segunda, com a boca seca, é de arrependimento total. A impressão é a de que passou um furacão devastador pelo quarto, derrubando tudo. São restos etílicos misturados com uma culpa colossal, tudo muito exagerado. Um DJ de trance, alucinado, tocando dentro da sua cabeça e o corpo moído por um rolo compressor sem poder fazer nada. É ela mesma. A boa e a velha ressaca, companheira fiel de uma balada pesada. E como não há mortal que não tenha sofrido desse mal, falemos sem pudores: elas são uma verdadeira desgraça.
Tudo roda, ninguém raciona direito, você fala bosta, briga com todo mundo e ainda tem que aturar as pessoas (ou elas a você!). Não há programa mais broxante, pode apostar. Mas, acreditando que existe uma salvação para esse problema, quero dividir minha experiência em minimizar esses efeitos desastrosos. No entanto, quero deixar bem claro que não me considero alcoólatra, sou apenas daqueles que bebem socialmente, juro. Fico meses sem botar uma gota de álcool na boca, mas quando quero beber, bebo bem. Portanto, essas dicas são para o time que bebe socialmente (ou o mais próximo disso). Se você tem problemas reais com alcoolismo procure o AA.

REGRAS BÁSICAS:
Procure consumir bebida de qualidade (Mas quem consegue beber coisa boa nesses open bares da vida?).
Não misture, nem sob tortura, destilados com fermentados.
Não beba de estômago vazio e nem de estômago muito cheio.
Alterne seus drinks com copos d’água.
Não beba na véspera de algo muito importante.
Beba com moderação.

AO CHEGAR EM CASA:
Por mais bêbado que você esteja, antes de deitar, deve-se ingerir um pouco de glicose e beber muita água ou leite. Alguns tomam engov, outros tomam xantinon com neozaldina, tem até quem apele para o natural e amargo boldo. Depois de anos de porres sucessivos, cada um desenvolve sua receita. Eu tenho a minha, mas não sou nem louco de medicar alguém. O difícil, mesmo, é chegar e encontrar os malditos comprimidos depois de ter bebido além da conta. Tem gente que nem chega em casa.

ESCONDA-SE DO MUNDO:
Esqueça de tudo. Leve muita água para o quarto, que deve estar o mais escuro possível. Tire o telefone do gancho e desligue o celular. Ligue o ar-condicionado e suma debaixo do edredom. Fique na cama o dia inteiro, ou pelo menos, até escurecer de novo. Esse dia deve ser conhecido, por você, como o “dia do Silêncio”.

H2O NA VEIA:
Muita água no day after. O álcool nos deixa completamente desidratados. Coca-Cola gelada também é bem-vinda. Palavras como vodka, vinho ou whisky não podem nem ser pronunciadas na sua frente, sob pena de fuzilamento. Falando em água, tome banhos bem demorados. Se tiver banheira, melhor ainda.

ALIMENTAÇÃO:
O estrago já está feito, no entanto, pode-se piorá-lo. Comer, embora, nesse estado, pareça impossível, é necessário. O ideal é uma dieta rica em proteínas e glicose, para repor o que foi perdido ontem e dar um up grad rápido. Evite gordura, afinal, seu fígado já está detonado demais.

AMNÉSIA ALCÓOLICA?
É real ou é desculpa de bêbado? Não se sabe ao certo, mas que alguns detalhes da noite anterior podem ficar confusos, isso pode. Muito álcool é sinal de besteira na certa. Se você tem dúvidas sobre o que você fez ‘alto’, consulte alguém de confiança. E rompa, totalmente, relações com quem tentar te reprimir por ter bebido demais (o problema e a ressaca são seus!).

RESSACA MORAL:
Eu não esqueço, jamais, o que eu fiz bêbado, embora, muitas vezes, eu quis, amargamente, esquecer. A solidão que acompanha uma ressaca é terrível e junto com ela, vem uma série de julgamentos que nós fazemos. Ficar mal, emocionalmente, no dia seguinte de uma balada, é normal, mas péssimo. Se você tiver aprontando todas então, aí vira calamidade pública. Se tiver que se desculpar com alguém faça o mais rápido possível. E perdoe seus amigos que estavam bêbados ontem. Afinal, álcool é foda. Mas o importante é não deixar que a ‘marvada’ pinga atrapalhe sua vida e seus relacionamentos. Não transforme diversão em depressão.

NEM PRECISAVA DIZER, MAS:
Leve consigo, sempre, bala ou chiclete. Ninguém é obrigado a sentir a cheiro da cana.
Se beber, por favor, não dirija. É perigoso e envolve, não só a sua, mas, outras vidas.
Mesmo bêbado, camisinha!

Pena que eu não tenha moral nenhuma para falar desse assunto. Minha última ressaca, a de sábado passado, me dói até hoje. Fico pensando, se com o tempo nos tornamos resistentes ao álcool ou não. Juro que não sei a resposta, mas infelizmente, acho que as ressacas vão piorando com o tempo. Eu, por exemplo, demoro quase o dia todo para me recuperar (às vezes, dois!). E toda vez eu juro que nunca mais, mas tudo se repete e eu nem vejo. Boto meu melhor modelo e saio no meio do furacão outra vez. E parece que não aprendo. Chego em casa destroçado, mas sobrevivo.

QUEM É VOCÊ NA NOITE (texto escrito para In Beat 2006)

“Era uma vez uma pessoa que não era ninguém. Esse alguém tinha um estilo, digamos assim, chamativo de ser, e em pouco tempo, passou chamar a atenção das pessoas. Graças a sua fada-madrinha e a um bocado de sorte, ele tornou-se conhecido e entrou para o rol das figuras da noite. Passou a ser admirado, copiado e invejado. Com suas grandes entradas, tornou-se uma verdadeira atração. Marcou uma época boa de festas e muitas loucurinhas. No entanto, um dia, sua fada desapareceu., e em pouco tempo, de novo, ele não era mais ninguém. Será esquecido em breve, mas quem não será? Não viveu feliz para sempre, mas tenho certeza de que se divertiu muito.”

QUEM É VOCÊ NA NOITE?

Por Tiago Mentor


Pode até parecer uma pergunta fácil, afinal, todos somos alguém, mas, em se tratando da ‘noite’ tudo parece mudar. A noite, e ‘suas criaturas’ assim dizendo, tem seus próprios códigos e é inegavelmente muito mais fascinante que o dia. Ser alguém, na noite, é uma tarefa que requer disposição, ousadia e até uma dose de paciência. Mas para algumas pessoas, vale a pena.
Se existe uma fórmula rápida e certeira para chegar lá eu não conheço. Vivi e vi muita coisa nesses mais de 10 anos de ‘night’ e só posso afirmar que mais rápido que ser alguém, na noite, é só deixar de ser. Tudo passa muito rápido, quase como um filme. Então, se você pretende se candidatar ao título de “Rainha do Baile” e não dispõe de uma boa fada-madrinha, preste atenção nos meus conselhos e aproveite enquanto é tempo. Mas, só para provocar, eu confesso: não há sensação melhor que a de ser hypado na noite. E me perdoem os pobres mortais mas ser celebridade, na noite, é fundamental. Okay, vamos lá:
Tenha amizade com as pessoas certas. Se não amizade, pelo menos, conheça. Cumprimente sempre que possível. E quem são as pessoas certas? Muitas. É só olhar ao seu redor e irá notá-las (elas sempre destacam da maioria). Bajule-as muito. Até porque, elas são as portas de entrada para o mundinho. E não esqueça de ser simpático também com aqueles que estão trabalhando na noite, seja a hostess, o barman ou os seguranças (Jamais dê em cima de um segurança!).
Ao chegar em um lugar, dê uma volta. Paquere bastante. Circule, fale com as pessoas e deixe a festa acontecer. Deixe para sentar e ficar comentando a vida alheia para o fim da noite.
Beleza ajuda muito. Não há quem resista a um rosto perfeito ou um corpo sarado, não é verdade? Mas, como tudo na vida, é sempre preciso mais. Um pouco de inteligência é bem-vinda também. Mas o que importa, nessa hora, é o tal do charme. E charme, cada um tem o seu, não dá para falar muito. Descubra seu ponto forte, tenha um ótimo cabeleireiro e arrase.
Algumas pessoas têm o dom de inventarem modas. Ficam bem de lenço na cabeça. Usam dourado e arrasam. Abusam das estampas. Enfim, arrasam sempre. Mas, para isso, é preciso muita atitude e coragem. De que adianta o look incrível se você não tem carão para sustentá-lo? Se você não entende nada de moda, seja básico.
Estilo é a necessidade mais básica de sobrevivência na noite. Se você ainda não tem, descubra o seu voando. E estilo é aquela história: ou você tem, ou você copia. E para quem gosta de copiar, todo cuidado! Nem tudo que fica bem nos outros pode cair bem em você.
Usar roupas de grife é o máximo, mas colocar a etiqueta da peça acima de tudo é burrice. Afinal, você não é a sua calça da Diesel, é? Não seja louco por marcas, mas seja obcecado por estilo.
Tenha um diferencial, algo em você precisa chamar a atenção das pessoas. Seja o visual, seja seu jeito estranho de dançar ou seja um aspecto da sua personalidade (cleptomania jamais!).
Esteja informado de todos os eventos importantes que vão acontecer, de coquetéis de lançamento a inaugurações de novos lugares. Saiba de todas as festas. Tire muitas fotos. Mostre-se.
Todo mundo bebe. Mas ser conhecida com a nova Heleninha Roitman não é bom para a imagem de ninguém. O mesmo serve para as drogas.
Só tire a camisa na pista se o seu corpo estiver absolutamente fabuloso e você estiver morrendo de calor e derretendo de suor. Mesmo assim, evite.
Namorar as pessoas certas, também, pode ser essencial na sobrevivência noturna, mas é assunto muito longo e delicado. Fica para um próximo texto.
Seja amigo dos fofoqueiros, ou pelo menos, tente. Essa raça é fogo, mas é pro seu próprio bem...
E depois de muitas noitadas seguidas suma um pouco. Tire umas férias da balada e faça outros programas. Invente um ótimo motivo para o seu sumiço (Marrakesh, talvez?!) e arrase na volta triunfal. Isso é ótimo para imagens desgastadas.

Como eu disse anteriormente, não é nada fácil. Mas, para alguém se destacar no grupo é preciso abrir mão de muita coisa: sossego, discrição, opinião. Mas em compensação esse mundinho, feroz, vai se abrir completamente para você e, quem sabe, você não seja a próxima new face badalada do momento? Você aumentará, significantemente, suas amizades, mas será invejado e odiado. Sua lista de inimigos vai crescer a cada dia e você nunca mais terá paz. Ou melhor, até passar a tua onda. Alguns seguram um tempo mais, outros menos. Mas ela, um dia vai passar. E aí, enfim, você vai curtir a noite como nunca. Juro.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Apresentação única de DOR DE COTOVELO UNPLUGGED no Over Lounge dia 14/02














Tiago Mentor faz única apresentação da performance "Dor de Cotovelo Unplugged", no dia 14/02, sábado, no Bar Over Lounge. A peça é a versão ‘acústica’ de “Dor de Cotovelo e outras coisas mais que eu sinto quando penso em você”, de 2002, uma das peças mais vistas e premiadas do grupo.
A versão compacta, que já foi apresentada em diversos locais (bares, feiras culturais e até na rua), é uma versão mais ágil e mais clean do trabalho original. “Dor de Cotovelo Un-plugged” é um grande poema de amor, escrito, dirigido e representado em primeira pessoa por Tiago Mentor, o “Eu-lírico”, e que reconstitui em toda a sua extensão as alegrias e dores de uma paixão. É uma reflexão, até certo ponto neurótica, sobre a impaciência e o imediatismo. Sobre amar loucamente alguém que conhecemos ontem. Sobre como é possível perder-se na excitação de um amor.
A matéria-prima de “Dor de Cotovelo” é a perda e o constrangimento da paixão, sempre envolvida em dificuldades e decepções. A performance é toda cheia de mal-entendidos e brinca, exatamente, com essa faceta dolorosa, porém patética do amor. Com 15 minutos de duração, “Dor de Cotovelo Un-plugged” discute e questiona o que poderia vir a ser o amor ou mesmo se é possível defini-lo, tamanho o leque de possibilidades.




E dentre tantas possibilidades, o Beco aposta em uma vertente ‘pop e veloz’, discursando sobre um mundo cheio de opções e, ao mesmo tempo, extremamente carente, mas repleto de rock n’ roll e cafonices de uma paixão.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

GELL- POÉTICA DO DESESPERO (primeiros ensaios)

TRECHO:

"Depois de tudo acabado será só paz. Eu serei paz. Mas você não será lembrado se morrer agora. Você será enterrado e alguns poucos lamentarão a sua morte. Você é sozinho. O mundo vai continuar girando e você não vai encontrar nada em que se segurar porque é esperto ou burro demais para encontrar Deus dentro da sua cabeça limitada. Aliás, acredito cada vez mais que não se deve julgar o bom Deus por esse mundo tão injusto, porque isso foi apenas um estudo dele, um rascunho, deu errado. E se você quiser entender um pouco sobre Deus procure compreender o que os artistas dizem em suas obras primas. Aí está Deus. E eu, quando preciso de um pouco de Deus, saio à noite para pintar as estrelas. Mas você não vai entender isso. Você não é artista, não vai deixar nada para trás. Minha ocupação não é o que me traz o salário mas o que me foi colocado na Terra para fazer com tal paixão e tal intensidade que quase torna-se um chamado espiritual. E o olhar para as coisas durante longo tempo que amadureceu e aprofundou a minha compreensão. Andei por essa terra por mais de 30 anos, e por gratidão, quero deixar alguma lembrança."



Pré-estréia no final de Fevereiro/2009

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

GELL- POÉTICA DO DESESPERO

Eu faço a pré-estréia de meu novo espetáculo, “Gell- Poética do Desespero”, inspirado na vida e obra do genial pintor holandês Vincent Van Gogh, realizado dentro do Museu Primitivista José Antônio da Silva, no dia 26/02, para convidados. Gell em holandês significa amarelo, cor fundamental para o entendimento da obra do pintor e cor que representa o desespero, tão essencial no estado de espírito de Van Gogh. Esse espetáculo-performance foi concebido para museus, galerias de arte ou exposições, dialogando diretamente com o espaço destinados às obras de arte.



E embora “Gell-Poética do Desespero”, seja inspirado nas cartas de Van Gogh a seu irmão Théo, o roteiro de Tiago Mentor não segue um apelo unicamente biográfico, fazendo referências a todo universo da história da arte, discutindo a genialidade, a banalidade, a maldição da arte e o desespero, seja ele artístico ou real. No entanto, é mais autobiográfico que biográfico. “Gell” é um discurso sobre o artista e a sua criação, sobre o sucesso e sobre o fracasso e principalmente sobre a mercadologia da arte. E Van Gogh é o artista que mais representa essa contradição, vendendo apenas um quadro e vida e tornando-se genial após seu suicídio. Mas é, sobretudo, e antes de tudo uma discussão sobre a arte e sua crise, evidenciada pela última Bienal das Artes, a do Vazio, que foi mais polêmica do que representativa, culminando com a pichação de um dos pavilhões, episódio lembrado na peça. A sonoplastia é concebida por Miltinho Verderi.







Um processo totalmente em aberto e misturando instalação e música, unindo Van Gogh e Amy Winehouse, que carregam os dois lados da ‘loucura artística’ e aproxima-los faz com que o papel do artista seja em posto em xeque. O terceiro vértice da peça é José Antônio da Silva, que completaria 100 anos em 2009, famoso pintor primitivista que dá nome ao principal espaço de interesse do grupo. O diálogo com o pintor naif se dá diretamente com suas obras e com sua personalidade nada modesta e muito artística.





TRECHO:
"Aqui, nesse altar, eu começo o sacrifício. Em nome dos homem das cavernas e dos homens das favelas, em nome das bruxas queimadas e das musas mortas tragicamente. Em nome de todas as vanguardas e todos os momentos de crise. Só a antropofagia nos une. Daí-me inspiração nesse momento perplexo para que eu posso comungar de só um ideal. Só me interessa o que não é meu. É a crônica de uma morte anunciada. A arte agoniza nas filas dos SUS enquanto a massa, em choque pelo último capítulo da novela incita em mim mais uma crise pós-moderna. Roteiros, roteiros, roteiros, roteiros. Bull shit! Em nome das balas perdidas e achadas em corpos inocentes. Pelos palestinos e israelenses mortos por mísseis da carnificina. Em nome de Vincent Van Gogh, Amy Winehouse e José Antõnio da Silva eu dou início a esse ritual . Pelo sangue derramado e por tanta ilusão eu me entrego, como sacrifício nesse banquete. A alegria é a prova dos nove. Eu me devoro. Amém."

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Quem mexeu no meu orkut?

TEXTO PARA O SITE INBEAT 2006:

O Orkut, maior projeto de Internet que se tem notícia, parece mesmo viver o seu momento de glória. Com mais de 28 milhões de usuários pelo mundo inteiro, sendo que, 64% estão só aqui (bobagem!), esse site de relacionamento não demonstra sinais de queda, muito pelo contrário. Mais do que uma mania, o orkut virou febre. Tem-se de tudo, de pessoas a todos assuntos possíveis (pense em algo bem bizarro e procure uma comunidade, com certeza já terá uma, ou várias!). É a maior rede virtual de relacionamento já montada. E embora, muitos torçam a cara para o tal do Orkut, dificilmente alguém não tenha sua conta. Ou pelo menos um perfil fake. Afinal, o grande barato do Orkut, além dos contatos, é espionar a vida alheia.
No mundo do Orkut, você se torna um profile. Uma foto quadrada ao lado de mais outras fotos menores igualmente molduradas, quase como em um cemitério. Você aceita seus amigos e escolhe comunidades de acordo com seus gostos (medo!!!) e pronto, você está lá exposto, para quem quiser ver. Tudo o que você disse ou disseram para você. O que você vai fazer sábado à noite, com quem você saiu, quem ficou com quem e o que você achou da balada. E o pior é que não adianta reclamar, foi você mesmo quem pôs tudo isso lá. E por mais que você seja do tipo que apaga todos os seus recados, ainda assim, você continua exposto. Seus amigos estarão lá e sempre vai valer a máxima: “Diz me com quem andas, que direi quem tu és”, eu sei que é duro, mas é real. Portanto, se você quiser privacidade, delete seu orkut e fim de papo. O orkut é realmente um monstro. Mas, se você quiser brincar, afinal quem está na chuva é para se molhar, divirta-se horrores nesse monstro da Internet. (Eu, que sempre fui queimado mesmo, nem ligo!)
E quando o Orkut parecia ter caído no lugar comum, eis que eles criaram a mágica ferramenta que controla quem entra na página de quem.Aí a paranóia foi geral. Nos primeiros dias ficamos chocados com namoradas de ex-namorados, pais de amigos enrustidos e inimigos mortais. Cortou um pouco o nosso barato de espiarmos a vontade, mas nos deu outra sensação importante: saber quem mexeu no seu orkut. Tem aqueles que preferem bloquear essa ferramenta, mas ela faz a diferença. Passado o susto inicial, agora, na minha opinião, ela serve para dar boas gargalhadas dos tipos que passam pela nossa página, todos os dias. Eu adoro!
Se você é uma pessoa completamente paranóica, delete TODOS os seus scraps! Se você é uma pessoa normal, delete apenas o que possa te comprometer. Se você não está nem aí, deixe o circo pegar fogo.
Cuidado com scraps! Nunca, jamais, fale de sexo, drogas e outras baixarias. Para isso use o seu e-mail. É uma delícia ler essas pérolas nas páginas alheias, mas nem todo mundo e pode pegar mal.
Ignore todos os usuários que enviam aqueles scraps insuportáveis, tipo ‘quer emagrecer enquanto dorme?’ ou ‘quer maior desempenho nas relações?’. Vale para quem manda aqueles desenhos do inferno e para quem manda o vídeo da Cicarelli. Políticos, então, nem se fala. Ignore mesmo. Nessas horas seria bom um 38 carregado, mas é politicamente incorreto, eu sei...
Recebeu uma mensagem linda? Guarde para você ou mande só para quem você tem certeza de que vai gostar.
Nunca adicione ninguém sem deixar, pelo menos, um scrap. Quem você pensa que é? A Madonna?
Cuidado com as fotos que você coloca no seu álbum. Algumas acabam virando comentários maldosos em comunidades de chacota.
Precisa falar algo urgente e ninguém pode saber? Mande um testimonial com a mensagem e peça para a pessoa deletar logo em seguida. Faço muito isso para passar e pegar número de celular.
Nunca crie mais que uma comunidade por mês.
Scrap recebido é scrap respondido.
Se você encontrar uma comunidade que vale a pena( ou pela descrição bizarra ou pela causa), pode divulgar para toda sua lista. Mas que seja bacana, hein? E que você não faça isso, todo dia, três vezes por dia.
Alguém quer brigar e você é a vítima. Seja fino. Delete os scraps, ignore a pessoa e ponto final. Mas se você quiser brigar também, dou a maior força. Se quiser, eu até ajudo.
Está a fim de alguém? Vá em frente, o Orkut está aí para isso. Mas antes, de elogiar os atributos físicos da pessoa, certifique-se de que ela é solteira. Já vi cada baixaria...

No fundo, como tudo na vida, o Orkut deve ser utilizado com bom senso. A maravilhosa rede é exposta e tudo vê. Mas, a brincadeira, no fim, vale a pena. Assista ao meu vídeo no YouTube, “Quem mexeu no meu orkut?” e vamos gargalhar de ironia e de indignação também. Xô, tilangaiada!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

AVISO:

Textos antigos desse blog não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Prometo que os novos vêm corretamente. Afinal, não quero denunciar a minha idade balzaquiana. Combinado?

UM DINOSSAURO NA NOITE

(InBeat 2006)

Experimente abandonar a noite por alguns meses. Às vezes, a nossa vida toma rumos desconhecidos mesmo. Muitas coisas acontecem todos os dias, gente nasce, gente morre, gente se assume, enfim, estamos aí abertos para, a qualquer momento, cairmos na roda da vida. Você era o mais animado de todos e, de repente, encontra-se no mais puro ostracismo, sem ânimo e sem tesão e vai aos poucos deixando de lado aquela vida noturna a que estava acostumado. Começa com um sábado em casa e quando você percebe fazem três meses que você não se diverte. Ok, eu confesso, esse texto será ‘meio’ autobiográfico, não dá para disfarçar, afinal, minha última coluna “Um sábado em casa”, de 17/05, não vai me deixar mentir. Eu sumi, na verdade, eu desapareci por três longos meses, mas estou de volta. E como qualquer retorno, até o do Superman, pode ser um desastre.
Como tudo na vida, o tempo, é o grande senhor do Destino. Ele nos atravessa e nos confunde, o tempo todo. Sem toda a lei da relatividade de Einstein não dá nem para, de longe, decifrar essas incógnitas. Afinal, não há nada mais relativo que o tempo. Uma hora é sempre uma hora, mas certos fatores podem detonar essa equação. Um mês de férias passa tão rápido. Um mês de angústia dura uma eternidade. Impossível generalizar então. Em alguns meses, algumas coisas podem mudar tanto que seja impossível reconhecê-las, pelo menos, assim de início. Em três meses pode acontecer uma verdadeira revolução na moda, músicas e até no comportamento das pessoas, o que dirá na noite, onde tudo é mais intenso e passageiro. E como em uma novela, às vezes, o tempo passa muito rápido e meses depois, um novo capítulo se abre diante dos nossos olhos.
A um primeiro momento, tudo é estranho. Mesmo tendo você, quase afundado a pista de tanto balançar o quadril, tempos atrás, parece que você nunca foi daquele lugar. Aconselho que você já chegue, com pelo menos, um drinque na cabeça (tão importante esse primeiro drinque!!!). Chegar com amigos de longa data também ajuda, porque parece que você não conhece ninguém. E realmente você não conhece. Fiquei impressionado como na noite o fluxo de pessoas muda tanto. Eu demorei quase uma hora para encontrar o primeiro conhecido de balada. Eu não reconhecia ninguém. Ninguém mesmo. Páginas da vida depois é que você vai se acostumando com a mudança e começa a reencontrar, aos poucos, as pessoas. É claro que os dinossauros da noite vão sempre estar lá. Podem passar anos, mas alguns membros do clube têm sempre carteirinha, não é mesmo? É aquela velha história, ‘você pode até tirar o cara do Studio 54, mas você jamais tira o Studio 54 do cara’. Essa é ótima e tinha que ser de Carrie Bradshaw. Aproveito para mandar, aqui, um recado para meus grandes amigos de balada, me liguem, vamos marcar uma noitada, como nos velhos tempos. Precisamos rir a beça de novo.
Não importa, está no sangue esse DNA de curtir a noite ‘alucinadamente’ que algumas pessoas têm (desconfio seriamente que eu tenha esse DNA, afinal, ‘have fun’ é comigo mesmo). Portanto, se você anda se escondendo da vida, é hora de sair do armário e se jogar, literalmente. Como um bom Agilisaurus Rex que sou (at least about night!), tinha que dar os meus pitacos sobre o retorno triunfal.
Esteja impecavelmente arrumado. Afinal, as pessoas são maldosas e não deixam de comentar nada. Mesmo estando realmente acabado, saiba disfarçar. Maquiagem, tintura de cabelo e batas estão aí para isso. Uma boa produção é sempre uma boa produção, sempre.
Capriche no modelo. Um retorno sempre pede algo novo e incrível. Colabore com a indústria da Moda.
Marque com todos os seus amigos essa grande noitada. Ligue, mande scraps, whatever... É muito importante se divertir ao lado de pessoas que a gente gosta e que gostam da gente. Fazer um ‘esquenta’ antes, então, arrasa.
Drinques são sempre bem-vindos. Glamourize seus cocktails, ao máximo. Mas NUNCA, em hipótese alguma, beba muito ou muito rápido. E muito menos de estômago vazio. É desastre na certa.
Faça uma entrada triunfal, afinal, você merece e todo mundo adora. Um dia ainda quero chegar montado em um pônei, juro.
Estando solteiro é hora de cair matando. Carne nova é o que não falta e também tem aquelas que estavam caras e agora estão mais em conta e tem aquelas que não são mais proibidas, é uma fartura só. Aproveite muito. Só não se esquecendo de usar camisinha.
Estando acompanhado, controle-se! A não ser que vocês estejam a fim, é claro, de um ménage a trois (que parece estar voltando a moda!?!).
Esqueça tudo e simplesmente aproveite cada momento. Não importa o que tenha acontecido nesse período de ausência, a noite merece ser respeitada e curtida.
Muita coisa aconteceu comigo nos últimos tempos e muita coisa ainda vai acontecer, não tenho dúvidas. Estamos em constante amadurecimento e aprendizado nessa vida. Sumir por uns tempos faz parte do jogo. Mas, o mais importante de tudo é retornar e fazer tudo aquilo que a gente gosta. E ser autêntico sempre. Acreditei, quando me disseram lá trás (acho que nos 90’s) que tínhamos que ter personalidade. E eu acho que isso eu tenho. O essencial, on ou off, é ser você mesmo.

O SEXO E A BALADA (Para Carrie Bradshaw)


(Do site In Beat, 2006)

Você pode até fazer cara feia para esta afirmação, mas que sexo e balada caminham juntos, isso ninguém pode negar. É claro, que a diversão conta muito, mas se você olhar, friamente, vai perceber que o instinto sempre fala mais alto (às vezes, ele até berra!). Então, para que moralismos?
Repare bem: porque as pessoas se arrumam tanto para balada? Apenas para estarem bem? Acho que não... Então porque as pessoas gastam tanto dinheiro com aparência? Simplesmente por causa do sexo, o resto é irrelevante. Calma lá, também não estou dizendo que todas as pessoas sejam ninfomaníacos incontroláveis, não é isso. É que, no fundo, ao ‘cairmos na noite’ estamos sempre em busca de algo novo, o que, na maioria das vezes, é sexo. (Amor de balada, se é que existe, fica para um próximo texto).
Necessitamos enlouquecidamente de algum tipo de afetividade. Pagamos o preço que for para parecermos belos, sexys e casuais. Planejamos a noite nos mínimos detalhes. Enchemos a cara e vamos a luta. Mas, em se tratando de sexo, a coisa complica mais. Mesmo estando carecas de saber tudo sobre sexo, descobrimos que ele, o sexo, não tem muitas regras e tudo se baseia mesmo é na improvisação (e a meu ver é aí que começam os problemas). Será, que falando de sexo, falamos a mesma língua? Será?

A PAQUERA: Como saber se o outro está a fim de você? Ta aí a primeira grande dificuldade, já que tem gente que nem desconfia o quer da vida. É uma complicação maior ainda se você tiver que descobrir, antes de tudo, a orientação sexual da pessoa em questão. Sim, tem gente que engana (mas isso todo mundo ta careca de saber!). Mas, se você perceber olhares estranhos, desconfie: pode ser uma paquera. O que não exclui o fato, é claro, de estarem, talvez, falando é mal de você. Piscadas e sorrisos ajudam muito nessa hora, mas também, às vezes, vai saber. Tem muita gente com tique nervoso também.

CHEGANDO: Se você é que está de olho em alguém, toda calma desse mundo. Muitas vezes, um simples detalhe, põe tudo a perder. Esteja certo de que é aquilo que você quer. Rodeie bastante, procure ver a pessoa de todos os ângulos, observe se ela não está acompanhada. Uns drinks, nessa hora, parecem cair do céu. Disse uns drinks, não uma garrafa de vodka, se não é capaz dele fugir ao sentir, digamos assim, seu cheiro. Fuja também de pessoas alcoolizadas ao extremo. Um amigo, também, ajuda muito na hora de chegar em alguém, se bem que eu sou da filosofia do ‘faça você mesmo’. Percebendo que a pessoa não está a fim, não seja chato e nem queira vencer pelo cansaço, desapareça o mais rápido possível. Afinal, é preciso escolher outra vítima e atacar, e a noite é longa.

DISPENSANDO: Alguém chegou e você não está nem um pouco a fim? Dispense rapidinho. Invente uma boa desculpa. Falar que tem namorado, na maioria das vezes resolve. Mas se você precisar apelar, diga que você é evangélico e comece a converter a pessoa. É tiro e queda.

NA HORA H: Relaxe, mas nunca demais. Esteja preparado para tudo, mas só faça aquilo que você realmente quiser. Nunca se sabe, mas que tem gente louca e psicótica nesse mundo, isso tem. Nada de demonstrações explícitas de paixão em público, para essas coisas, a platéia é dispensada. É desagradável e feio. Do resto, seja você mesmo. Ninguém precisa impressionar ninguém, até por que uma hora, a máscara caí e você pode estar completamente apaixonado e aí é tarde e é outra história.

NEM PRECISAVA FALAR: Camisinha sempre (leve na bolsa, no bolso, na meia e na carteira). Sexo na balada deve ser evitado, por mais tentador que pareça (sempre alguém vê e vai lembrar disso pro resto da vida). Outra coisa a respeito do sexo na balada: algo pode errado com seu organismo e aí o que você faz? Melhor não arriscar. Mas, se mesmo assim você decidiu arriscar, cuidado com os vestígios do sexo na roupa. E o cheiro? Melhor nem comentar.

FUJA: de pessoas quimicamente alteradas, daquelas que só ligam para aparência e de amigos que tem sempre alguém para te apresentar. É sempre uma grande furada. E corra, três dias seguidos e sem olhar para trás, dos já acompanhados e dos politicamente caretas.

E NÃO SE ESQUEÇA: A concorrência é grande. Nunca revele detalhes íntimos a ninguém. Imagina se alguém resolve usar tudo isso contra você? Pra isso, não dá para confiar em ninguém (depois não diga que eu não avisei!).

E mesmo assim você não conseguiu nada? Não desista jamais. Reveja tudo e tente outra vez, e outra, e outra. Até porque sexo é uma questão de muitas e muitas tentativas.

PEQUENAS ETIQUETAS PARA UMA BALADA MEMORÁVEL

(Texto antigo, 2006, para o site In Beat que eu republico aqui)

Baladas são sagradas. Não há quem resista a essa deliciosa combinação de música, bebida e paquera, e se houver, ou é ruim da cabeça ou doente do pé. A simples palavra ‘balada’ é capaz de despertar e ‘ligar’ até o mais low profile dos mortais. São sagradas, mas costumam serem pesadas (essa é a palavra). Conheço pessoas, que literalmente, perderam suas almas em baladas.
Depois de muito pensar em um tema interessante e que não causasse tédio no leitor e perplexo com a falta de educação global, acabei por escolher falar sobre essas tão famosas regras de comportamento social, que as pessoas, barbaramente, descumprem todos os dias. Usei para tanto, minha vasta experiência na noite, anos e anos de um árduo trabalho investigativo, para tocar em alguns pontos que eu considero primordiais. Vamos a eles:
· Procure respeitar a fila, principalmente a da entrada. A não ser, claro, que você seja realmente uma figura conhecida na noite, aí, vale a pena abusar da fama e do prestígio de ser hype. Nada mais delicioso que passar na frente de todo mundo. Se tiver tapete vermelho, melhor ainda.
· Estando na fila: não fique escutando as conversas alheias, não fique tentando ler a etiqueta das roupas dos outros e não fale nada muito alto. Mas se quiser, faça carão à vontade. É seu mesmo, quem liga?
· Dar uma espiadinha no espelho é básico e não faz mal a ninguém. Ficar escravo dele não dá. Pense nisso.
· Quando o assunto é gloss, menos é mais!
· Celular na balada jamais! Não combina. A não ser que você esteja esperando muito para fechar um negócio. E mesmo assim escondido. Celular em casa e você na balada. No máximo, dentro da bolsa.
· Banheiros de baladas costumam ser um verdadeiro caos. Seja rápido na sua utilização e nunca esqueça de dar descarga ao terminar.
· Nunca beba demais. Mas sabemos que é impossível agüentar uma balada sóbrio. Como ninguém sabe com quantas doses lamberiam o chão, calma é fundamental até descobrir o seu limite (o meu são três doses, embora a quarta seja a melhor!). A grande verdade, é que algumas pessoas, ficam muito desagradáveis quando estão bêbadas. Use a tal da moderação senão a noite pode acabar rapidinho ou você pode se arrepender amargamente no dia seguinte. Em todos os casos, água no next day é fundamental.
· Nunca beba quando estiver muito triste, deprimido ou tenso. Não costuma cair bem.
· Se te oferecerem drogas e você não quiser, apenas diga não e obrigado. Não banque o intrometido e nem venha com lições de moral. Cada um faz o que quer da vida. Para quem curte drogas, só um conselho: não dê bandeira.
· Não pense que a pista de dança é só sua. Não fique rodando enlouquecidamente. Não pingue suor nos outros. Não pise nos pés alheios.
· Seja simpático. Cumprimente as pessoas. Ao falar olhe nos olhos. E na hora de apresentar pessoas, descomplique. Depois das três da manhã, relaxe total.
· Paquerar é uma delícia, embora as espécies que amamos estejam quase em extinção. Mas evite, por tudo, paquerar quem está acompanhado. É horroroso e pode acabar mal.
· Se você curte praticidade leve papéis com seu nome e telefone, vai que você conhece alguém interessante (tentar achar uma caneta na balada é quase impossível). Evite entregar o seu cartão profissional ao seu futuro quem-sabe-o-quê. Imaginou o rolo que pode dar?
· Se você pretender ficar na balada até o dia raiar, não esqueça de levar óculos de sol e chicletes. Ninguém é obrigado a ver sua cara destruída e nem você é obrigado a dar detalhes pessoais.
· Tenha sempre grana extra para voltar para casa. Nunca se sabe como uma balada vai terminar.
E se algo sair errado, mantenha a calma e procure agir sempre com bom humor (ele sempre me salvou!). Se tiver que pedir desculpas, peça. Não crie caso a toa com as pessoas simplesmente porque você quer. Baladas são feitas para divertirem e não para estressarem ninguém. Pense nisso tudo e simplesmente arrase na noite. Não há nada mais elegante, até mesmo na balada, do que alguém que sabe se divertir e respeita os demais. Essa é a maior etiqueta, maior que as da Diesel ou que outras qualquer. E como uma amiga minha, finíssima e londrina, diz: “do it, but do it with class”. E boa balada!

GELL-POÉTICA DO DESESPERO (novo trabalho)




ONDE ESTÁ A ARTE?

Passeio obrigatório em toda viagem internacional, a ida aos museus, ainda hoje, causa estranhamento e questionamentos, aspectos fundamentais na arte, com a mescla de civilizações e épocas diferentes e reforçando ainda mais a idéia de que a arte não tem uma definição concreta. Tanto a célebre Monalisa, quantos as badaladas e repetidas Marylins de Warhol ou as mulheres multifacetadas de Picasso estão inseridas na arte e são realizações concretas vindas de idéias abstratas. Sobre a arte a única certeza que tenho é que ela é um produto da expressão humana e está intimamente ligada ao seu tempo. É preciso entender a arte, mas principalmente senti-la. Artista plástico por formação, aventurei-me pelos principais museus do mundo e relato, aqui, um pouco do que vi.
Verdadeiros templos dedicados à arte, os museus do Velho Mundo estão entre os melhores e guardam um tesouro inestimável que remonta toda nossa história. Alguns, como o Museu do Vaticano, que além de todas as obras e riquezas da Igreja abriga a Capela Sistina, obra-prima do genial Michelangelo (que tem obras ainda espalhadas por outras igrejas em Roma). Os museus espanhóis (como o do Prado e Rainha Sofia) são muito bons e reúnem pinturas clássicas e de vanguarda. Na minha opinião, os melhores estão na Inglaterra, o British Museum e o National Gallery, gratuitos e completos com toda a coleção de arte da Rainha, que incluem, inclusive, múmias egípcias. O Louvre, embora o mais conhecido, foi o que mais me frustrou. Tudo é lindo, mas lotado todos os dias do ano e tornando quase impossível a apreciação das obras-primas. O Brasil também conta com bons museus, como o MASP, o MAM e a Pinacoteca (com obras internacionais inclusive), só deixando a desejar no quesito segurança, coisa que lá fora é assunto sério.
No entanto, hoje, a arte ganha cada vez mais outros espaços, fora dessas paredes protegidas. A arte pós-moderna, muitas vezes, por sua constante mutação não combina mais com os museus, ela explora todos os meios e todas as vias, interagindo diretamente com seu espectador e sendo até mesmo incompreendida. A arte não combina com definições, ela é livre como a mão que esculpiu o mármore ou a que grafita um muro. Ela é democrática e embora possa aos olhos apressados não parecer, ela é essencial. Isso para mim é arte essa eterna mutação em busca da beleza, do questionamento de postura e de um mundo melhor, mesmo que somente na esfera da arte. E para você o que é a arte?

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