terça-feira, 20 de janeiro de 2009

ONDE ESTÁ A ARTE?

Passeio obrigatório em toda viagem internacional, a ida aos museus, ainda hoje, causa estranhamento e questionamentos, aspectos fundamentais na arte, com a mescla de civilizações e épocas diferentes e reforçando ainda mais a idéia de que a arte não tem uma definição concreta. Tanto a célebre Monalisa, quantos as badaladas e repetidas Marylins de Warhol ou as mulheres multifacetadas de Picasso estão inseridas na arte e são realizações concretas vindas de idéias abstratas. Sobre a arte a única certeza que tenho é que ela é um produto da expressão humana e está intimamente ligada ao seu tempo. É preciso entender a arte, mas principalmente senti-la. Artista plástico por formação, aventurei-me pelos principais museus do mundo e relato, aqui, um pouco do que vi.
Verdadeiros templos dedicados à arte, os museus do Velho Mundo estão entre os melhores e guardam um tesouro inestimável que remonta toda nossa história. Alguns, como o Museu do Vaticano, que além de todas as obras e riquezas da Igreja abriga a Capela Sistina, obra-prima do genial Michelangelo (que tem obras ainda espalhadas por outras igrejas em Roma). Os museus espanhóis (como o do Prado e Rainha Sofia) são muito bons e reúnem pinturas clássicas e de vanguarda. Na minha opinião, os melhores estão na Inglaterra, o British Museum e o National Gallery, gratuitos e completos com toda a coleção de arte da Rainha, que incluem, inclusive, múmias egípcias. O Louvre, embora o mais conhecido, foi o que mais me frustrou. Tudo é lindo, mas lotado todos os dias do ano e tornando quase impossível a apreciação das obras-primas. O Brasil também conta com bons museus, como o MASP, o MAM e a Pinacoteca (com obras internacionais inclusive), só deixando a desejar no quesito segurança, coisa que lá fora é assunto sério.
No entanto, hoje, a arte ganha cada vez mais outros espaços, fora dessas paredes protegidas. A arte pós-moderna, muitas vezes, por sua constante mutação não combina mais com os museus, ela explora todos os meios e todas as vias, interagindo diretamente com seu espectador e sendo até mesmo incompreendida. A arte não combina com definições, ela é livre como a mão que esculpiu o mármore ou a que grafita um muro. Ela é democrática e embora possa aos olhos apressados não parecer, ela é essencial. Isso para mim é arte essa eterna mutação em busca da beleza, do questionamento de postura e de um mundo melhor, mesmo que somente na esfera da arte. E para você o que é a arte?

Nenhum comentário: