sexta-feira, 29 de abril de 2011

Uma prece

No começo, nada havia.

Dizem que houve uma grande explosão.

Eu nada vi.

Vieram os deuses para tudo controlar.

Deuses protetores, deuses destruidores, desses humanos.

Depois veio só um Deus, infinito como a explosão.

Hoje são milhares criados à Imagem e semelhança.

Aparecem e desaparecem a cada segundo.

Muitos não resistem ao tempo e sucumbem.

Outros amarguram vidas miseráveis.

Alguns conformam-se, outros se embriagam.

Poucos desses deuses carregam ágatas e coragem.

Lutam em meio colapso e caos.

Flexíveis mas resistentes como o junco, não desistem.

Assim é o mundo, esse recomeço pós explosão.

Uma luta constante de opostos, equilibrada por um fio.

Os que se importam e os que nada querem.

Deus dentro de cada um, vai na direção do vento, mas não nos abandona.

E como uma borboleta, que transforma-se e renasce, pousa em meu jardim.

Cuidar dele é ter coragem de resistir e se importar para que pousem as borboletas, abelhas e joaninhas.

Do nada, da explosão, surgiu muita coisa.

E vai continuar surgindo

enquanto houver papel, caneta e poesia.

E lá onde meu Deus canta, ou meus deuses, não importa.

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