No começo, nada havia.
Dizem que houve uma grande explosão.
Eu nada vi.
Vieram os deuses para tudo controlar.
Deuses protetores, deuses destruidores, desses humanos.
Depois veio só um Deus, infinito como a explosão.
Hoje são milhares criados à Imagem e semelhança.
Aparecem e desaparecem a cada segundo.
Muitos não resistem ao tempo e sucumbem.
Outros amarguram vidas miseráveis.
Alguns conformam-se, outros se embriagam.
Poucos desses deuses carregam ágatas e coragem.
Lutam em meio colapso e caos.
Flexíveis mas resistentes como o junco, não desistem.
Assim é o mundo, esse recomeço pós explosão.
Uma luta constante de opostos, equilibrada por um fio.
Os que se importam e os que nada querem.
Deus dentro de cada um, vai na direção do vento, mas não nos abandona.
E como uma borboleta, que transforma-se e renasce, pousa em meu jardim.
Cuidar dele é ter coragem de resistir e se importar para que pousem as borboletas, abelhas e joaninhas.
Do nada, da explosão, surgiu muita coisa.
E vai continuar surgindo
enquanto houver papel, caneta e poesia.
E lá onde meu Deus canta, ou meus deuses, não importa.
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