terça-feira, 11 de março de 2008

Capítulo 1

Uma chuva fina começou a cair e sinto que a temperatura vai cair. Não gosto de chuva fraca, gosto mesmo das tempestades nervosas. Chuva fina só enche o saco. E estou de saco cheio. Posso ver o vento brincar com as árvores enquanto escrevo essas palavras dolorosas, pelo menos para mim. Existem coisas que eu deixei para trás por pura vaidade, mas, essas coisas sempre me perseguiram e não há como fugir. Se eu escrevo essas palavras é porque ainda tento entender o que se passou nesses últimos dias. Talvez escrevendo, tenha que organizar as idéias e possa entender o que aconteceu comigo. Mesmo perto te sinto distante, me sinto distante. Distante de que? De algo que talvez nunca tenha existido e agora palavras seriam desnecessárias. Seriam? Talvez. Mas temo abandoná-las e cair em um grande esquecimento. E se tem que eu posso afirmar com certeza é que não esqueço nunca. Desculpo-me se minhas palavras possam parecer confusas. Assim eu também me sinto. Como alguém em coma que não sabe onde está. Não sei mesmo. Não reconheço a paisagem, mas a contemplo como se fosse a primeira vez. As árvores nuas aguardam a chegada da primavera enquanto eu fumo mais um cigarro. Sinto algumas tonturas que logo passam. Sinto fome. Sinto frio. Sinto medo. Sinto saudade. Sinto muito. Mas enquanto houver cigarros estarei aqui. Os últimos raios de sol do dia estão enchendo a sala de nostalgia. Logo chega a noite. A noite me trará calma e elucidação, eu sei. A noite me acalma. Despeço-me aqui.

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